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Psiquiatra avalia que idosos fazem sexo melhor do que jovens com “vida desregrada”

Psiquiatra Carmita Abdo, referência na medicina quando o assunto é a vida sexual dos brasileiros -Foto: Reprodução

A psiquiatra Carmita Abdo, 72 anos, professora da Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo, apontou que idosos fazem sexo melhor do que jovens com “vida desregrada”, em entrevista ao Globo.

Ela é a grande referência na medicina quando o assunto é a vida sexual dos brasileiros e acaba de lançar o seu décimo livro sobre o tema, “Sexo no cotidiano”, pela editora Contexto.

Esse é o primeiro seu escrito para o público em geral, e não só para médicos, onde discorre sobre o tema de maneira simples e sem preconceitos.

Leia, abaixo, trechos das entrevista:

A senhora lida com queixas sexuais em diferentes faixas etárias. Como é o sexo no envelhecimento?

Um dos mitos na sociedade moderna é que os mais velhos não têm vida sexual ou acham que ela é precária. Os idosos não só transam, como também gostam de transar. Conheço tanta gente com mais de 70 anos de idade com boa saúde mental, que pratica esporte e mantém uma alimentação equilibrada, com vida sexual melhor do que muitos jovens com vida desregrada. Isso porque o sexo não é uma ação isolada do organismo, ele depende da condição geral de saúde. Além do que, hoje a medicina contribui de forma extraordinária para o bom desempenho sexual de quem precisa de cuidados nessa área

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Os homens ainda são privilegiados com os recursos médicos para a vida sexual. Quando isso deverá mudar?

Isso acontece porque o organismo feminino é mais complexo. Com a idade as mudanças hormonais são drásticas pela chegada da menopausa. Os níveis de estrógeno, o hormônio sexual feminino por excelência, despencam. Nos homens, isso não acontece. A queda da testosterona é gradativa e branda, a partir dos 40 anos. Entretanto, de alguns anos para cá, as mulheres podem contar com uma boa ajuda da medicina.

Não existe para elas uma pílula mágica, mas há recursos, como cremes e tratamentos a laser, que garantem a saúde da mucosa da vagina, por exemplo, aplacando o desconforto da penetração num canal vaginal ressecado. Além disso, a reposição hormonal sistêmica com estrogênio, sob orientação médica, é benéfica para a maioria das mulheres. Essa reposição é importante também para a saúde dos ossos, dos músculos e da cognição. Alguns médicos também indicam testosterona, para melhorar a libido, lembrando, no entanto, que cada caso deve ser avaliado individualmente. (…)

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