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“Quase não vou em enterro de negro, já em enterro de branco vou a toda hora”, diz pastor da família de Bolsonaro

Reportagem de Anna Virginia Balloussier na Folha de S.Paulo informa que, como as de tantos outros pastores, as redes sociais de Josué Valandro Jr., 49, ganharam tintas políticas nas últimas semanas. Tudo em prol do candidato abraçado por sete de cada dez evangélicos, Jair Bolsonaro (PSL). Após o triunfo do candidato que popularizou o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Josué deu parabéns: “Conte com nossas orações!”. A 11 dias do segundo turno, publicou um bom recadinho, tudo em maiúsculas sobre fundo verde-amarelo: “Nós, evangélicos, estamos falando sobre política hoje para não sermos proibídos [sic] de falar de Jesus amanhã”.

De acordo com a publicação, entre a legião de líderes evangélicos que encontrou no católico Jair Messias Bolsonaro um presidente que vá lutar por moral e bons costumes, Josué tem algo que a maioria não tem. Acesso ao homem. Ele lidera a Igreja Batista Atitude, no Recreio (zona oeste carioca), onde vai Michelle Bolsonaro. A mais ilustre fiel lhe garantiu uma ponte com o marido e futuro presidente do Brasil. No domingo (4), Bolsonaro subiu ao púlpito do templo e nele orou, ficou de joelhos, chorou e atribui a vitória a Deus.

Não acha Bolsonaro o racista que setores progressistas dizem ser. Aliás: “Discordo chamar negro de minoria. Calma aí, o principal jogador da história [Pelé], e o maior artista, Michael Jackson, são negros”. Duvida inclusive “das estatísticas de que negro morre mais”. Argumenta: “Quase não vou em enterro de negro, já em enterro de branco vou a toda hora. Sério mesmo”. O pastor canta o jingle “Lula lá” para confessar que, sim, num passado do qual hoje quer distância ele votou no petista. “Já fui enganado”, completa a Folha.

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) participa de culto na Igreja Batista Atitude ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro – Fernando Frazão/Agência Brasil