Apoie o DCM

“Querides alunes”: Colégio adota pronome neutro e inventa linguagem do Mussum

Do Extra:

Mussum

Já virou notícia. Ou seria notície? O colégio Liceu Franco-Brasileiro, no Rio, se posicionou em circular para pais e mães: apoia a adoção de estratégias de neutralização de gênero. Mas o que é gênero neutro, afinal? É não fazer distinção entre masculino e feminino na língua portuguesa com a intenção de evitar discriminação, sexismo. Dessa forma, aeromoço e aeromoça são substituídos por aeromoce, bombeiro e bombeira por bombeire, e os educadores podem dizer ou escrever “querides alunes”, em vez de generalizar o artigo e o substantivo usando o masculino “queridos alunos”.

Depois de incendiar as redes sociais, onde se espalharam reações que foram do elogio ou deboche à ameaça, o Franco explicou: esse apoio consiste em autorizar que professores e alunos usem a forma de tratamento que quiserem. Não, a escola não vai adotar essa linguagem em seus comunicados nem incluirá no conteúdo ensinado aos estudantes.

Mas a polêmica já estava instalada e foi parar até na Assembleia Legislativa do Rio, onde dois deputados correram para apresentar projeto de lei prevendo “medidas protetivas ao direito dos estudantes do estado do Rio ao aprendizado da Língua Portuguesa, de acordo com as normas cultas”.

(…)

.x.x.x.

O nome de Mussum foi aos trending topics do Twitter, após internautas compararam o pronome neutro às falas do personagem dos Trapalhoes:

.x.x.x

Em nota ao DCM, o Liceu Franco-Brasileiro afirmou que respeita a autonomia dos professores e não impôs “o uso da neutralização de gênero gramatical” nas avaliações ou na comunicação oficial.

Leia a nota na íntegra:

Nota de Esclarecimento do Liceu Franco-Brasileiro

O Liceu Franco-Brasileiro, que esta semana completa 105 anos, é uma instituição de ensino comprometida com a qualidade da educação e o respeito à diversidade e à inclusão.

Em comunicado recente, o colégio afirmou o respeito à autonomia de professores e alunos no uso da neutralização de gênero gramatical na escola. Em nenhum momento, informou que passaria a adotar essa prática em avaliações e em sua comunicação oficial.

O Liceu Franco-Brasileiro, portanto, reafirma que continuará a seguir o padrão da norma culta do português, como tem feito desde sua fundação. Como demonstração disso, comunicados e avaliações desta semana usaram os termos “alunos” e “alunas”.

Espaço de formação e de múltiplos diálogos, o colégio adota a discussão sobre questões expostas pela sociedade, que não podem ficar só extramuros.

Assim, por meio do seu Comitê da Diversidade e da Inclusão, o Franco-Brasileiro vai promover encontros com a comunidade escolar para debater e aprofundar a reflexão sobre o tema.