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Sâmia Bomfim e a gordofobia: “Sou uma deputada federal, não importa o quanto eu peso”

Sâmia Bomfim. Foto: Reprodução/Twitter

Do UOL:

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) já foi retirada à força da Câmara Municipal de São Paulo por dois seguranças que a puxavam, um de cada lado, enquanto ela se debatia e, aos gritos, exigia o direito de permanecer na casa legislativa. Na época, Sâmia ainda não fazia parte do mundo da política: era militante feminista e foi expulsa por bater boca com vereadores que comemoravam a retirada da discussão de gênero do Plano Nacional de Educação. Isso foi em junho de 2016. Em outubro, elegeu-se vereadora com 12.464 votos.

Corta para dois anos depois. Sâmia recebe 249.887 votos e é eleita deputada federal por São Paulo. É a oitava mais votada no estado e a primeira entre todos os candidatos de esquerda.

Um dos comentários que mais fazem nas suas redes sociais é sobre seu peso. Parlamentares como Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP) também já tentaram desqualificá-la por causa da aparência. Como lida com isso? Nas redes sociais é todo dia. Se não são comentários, são fotos de hambúrguer: recebo várias por dia, é surreal. Ou então montagem minha comendo em fast-food. E eu nem gosto de fast-food. Tem uns que até acham que estão elogiando. Dizem: “Ela é gordinha, mas eu comeria”. Me incomoda porque tem muita gente que está me ofendendo e porque o padrão físico da mulher é sempre um tema.

Eu sou uma deputada federal, não importa o quanto eu peso. Minha forma física não é uma questão para o papel que estou exercendo na sociedade e nem atrapalha meu desempenho parlamentar. Sobre o Kim, ele é jovem, infantil, fala de videogame, lembra meus alunos quando eu dava aula de inglês. O Alexandre Frota veio me pedir desculpa pessoalmente por um tweet [Frota chamou Sâmia de “hamburgão da Câmara”]. Disse que foi lamentável e que nunca mais aconteceria. Fiquei chocada. E nunca mais aconteceu. Ele hoje é outra pessoa, percebi que ele não queria virar uma caricatura como os colegas do PSL. Queria ser um “player” e criar a própria personalidade política [Frota saiu do PSL e se filiou ao PSDB em 16 de agosto].

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