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Sérgio Sant’Anna, escritor vencedor de três prêmios Jabuti, morre aos 78 anos, vítima de coronavírus

Sérgio Sant’Anna | Foto: Divulgação

Do Globo.

Morreu neste domingo, aos 78 anos, o escritor Sérgio Sant’Anna, vítima de coronavírus. Um dos principais autores do país, ele estava internado no Quinta D’Or, em São Cristovão, Zona Norte do Rio, desde o dia 3, com os sintomas da doença. Ele deixa dois filhos, os escritores Ivan e André Sant’Anna. A notícia foi divulgada pela irmã do autor, a também escritora Sonia Sant’Anna.

Nascido no Rio, em 1941, Sérgio Sant’Anna havia completado 50 anos de carreira em outubro passado. Seu primeiro livro de contos, “O sobrevivente”, foi publicado por conta própria, com o dinheiro emprestado do pai. O sucesso veio logo em seguida, mas o filho nunca o pagou de volta. No ano anterior, ele havia participado de passeatas de Maio 68, em Paris, onde estudava ciências políticas graças a uma bolsa de pós-graduação, e da Primavera de Praga.

Após passar oito meses em um programa de formação de autores nos Estados Unidos, publicou mais três livros nos anos 1970: a coletânea de contos “Notas de Manfredo Rangel, repórter” (1973) e os romances “Confissões de Ralfo” (1975) e “Simulacros” (1977). Até hoje visto como um de seus melhores livros, “Confissões de Ralfo” (1975) narra as peripécias de um escritor que decide compor uma autobiografia imaginária repleta de episódios inverossímeis. 

Foi no conto, porém, que o autor encontrou sua maior expressão, sendo reconhecido como um dos grandes contistas de sua geração.  Teve diversas coletâneas premiadas, incluindo o Jabuti por “O concerto de João Gilberto no Rio de Janeiro” (1986),  o Prêmio Telecom por  “O voo da madrugada” (2003), e o Prêmio Clarice Lispector por “O livro de Praga” (2011).

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