Apoie o DCM

Seu Jorge diz que ataques contra o filme ‘Marighella’ são racistas

Veja Seu Jorge
Seu Jorge interpreta Carlos Marighella em filme sobre guerrilheiro. Foto: Reprodução/Instagram

O ator e cantor Seu Jorge foi atacado por supostamente ser negro demais para o papel do guerrilheiro Marighella no filme de Wagner Moura. As críticas pegaram o cantor-ator de surpresa, e ele vê racismo nas raízes da controvérsia, diz ele para a Folha de S.Paulo.

LEIA MAIS:

1 – Patrus Ananias lamenta destruição do Bolsa Família e chama Auxílio Brasil de ‘farsa’

2 – Farra aérea: ministros levam parentes e pastores em voos oficiais

3 – Futura Inteligência: Sem Bolsonaro no páreo, seus votos migram para Moro. Por Miguel do Rosário

Seu Jorge e o racismo

“Eu convivo com isso desde criança, nunca foi diferente. O que hoje é diferente é a possibilidade de representatividade. Um dos acertos desse filme é justamente devolver a origem de Carlos Marighella, um personagem que sofreu não só um apagamento, mas também um embranquecimento, como muitos outros da nossa história”, afirma.

“É um processo de eugenização dizer que ele não era preto. Os avós dele foram escravos, sabe, a questão é que ele nunca esteve nessa condição de homem negro que se cala.”

A situação é consequência de um país que ainda hoje não sabe ao certo como lidar com seu histórico racista, acredita. Não ajuda também o fato de Sérgio Camargo ocupar a presidência da Fundação Palmares, numa gestão que Seu Jorge julga ser “contraproducente, um desserviço”. “É lamentável a postura desse senhor, que eu não conheço e também não reconheço como um líder com capacidade de nos orientar no caminho do progresso.”

Nas últimas semanas, Camargo vem usando as redes sociais para atacar não só a figura de Carlos Marighella, mas também sua cinebiografia —que ele julga ser racista por “chamar cada homem preto honrado do Brasil de marginal ao escalar um ator preto no papel do psicopata comunista”.

Ataques do líder da Palmares são só uma fração daqueles disparados contra “Marighella”. Desde que estreou no Festival de Berlim de 2019, o longa entrou na mira da direita —aconteceu até uma campanha de boicote à nota do filme no site americano IMDb, que compila informações de obras audiovisuais. Sua jornada às salas, também, foi marcada por adiamentos e um imbróglio com a Ancine, a Agência Nacional do Cinema.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link.