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Sindicato acusa Paulo Guedes de comandar braço do BTG-Pactual dentro do Ministério da Economia

Do Sindsprev/RJ

Ministro da Economia, Paulo Guedes, em Washington – Olivier Douliery – 25.nov.2019/AFP

Mais do que a entrega suspeita da carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões do Banco do Brasil por R$ 371 milhões ao BTG-Pactual, cerca de 10% do valor, a venda de 135 milhões de ações da Vale em poder do BNDES, nos dias 4 e 5 de agosto, deixou evidente a transformação do Ministério da Economia numa espécie de sucursal do banco privado de investimentos. Esta realidade coloca sob suspeição todas as medidas tomadas pelo ministério cujas ações se confundem com os interesses do grupo privado e de seus clientes. (…)

A transação foi um péssimo negócio para o BNDES e para o Estado brasileiro, já que foi feita em um momento de recuperação, tanto da Bolsa de Valores, quanto das ações da própria mineradora. Em outras palavras, foi um excelente negócio, mas somente para os grupos privados que lucraram agora comprando ações que já se recuperaram do tombo causado pela tragédia de Brumadinho e pela pandemia, mas que até dezembro vão se valorizar ainda mais. (…)

Ao comentar a rede de ex-executivos do BTG-Pactual no ministério da Economia, o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), disse que Guedes comanda uma organização criminosa dentro do governo para perpetrar crimes contra a soberania nacional. Ramos sustenta que Guedes continua a tocar seus negócios no setor privado, mesmo após se tornar ministro, o que o impede de se manter no cargo. O parlamentar vai entrar com pedido de afastamento de Guedes por conflito de interesses, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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