Tarcísio Freitas não quer câmeras nas fardas de PMs: “Faz o policial não tomar decisão”

O pré-candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo, ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas (Republicanos), pretende acabar com o uso de câmeras nas fardas dos policiais. De acordo com ele, o equipamento ameaça a segurança do agente, já que, ainda segundo o pré-candidato, diminui sua capacidade de “decisão”. Ele foi um dos que deixou o governo federal no final de março para se candidatar em outubro. A informação é da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Em nota, sua assessoria diz: “Tarcísio pretende acabar com a obrigatoriedade de câmeras no fardamento policial por considerar que a forma mais efetiva de combate ao crime é garantir treinamento contínuo e capacitação de qualidade para a tropa, de forma a assegurar a capacidade de agir de acordo com as circunstâncias enfrentadas nas ruas de São Paulo”.
Em entrevista ao site Money Report, na sexta-feira (01), Tarcísio Freitas afirmou que as câmeras limitam a ação dos policiais e podem ser uma ameaça para eles. Para argumentar, ele citou sua experiência na missão de paz da ONU no Haiti. “Você passa por determinadas situações em que você não tem tempo de pegar num telefone e ligar para alguém para saber o que tem que fazer. Você tem que tomar a decisão. A câmera ali é uma razão pela qual o policial não toma a decisão. Se ele não toma a decisão, ele pode pagar com a vida, e se ele toma a decisão, ele depois vai ser afastado da rua, responder processo”, disse o pré-candidato.
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Câmeras têm ajudado a reduzir número de mortes
A instalação de câmeras nas fardas dos policias militares de São Paulo foi uma ação de governos tucanos no Estado. Atualmente são 5.600 equipamentos em funcionamento e a meta é ultrapassar a marca de 10 mil em 2022.
As câmeras registram as ocorrências em vídeo e áudio. Em junho de 2021, houve 22 mortes por intervenção policial, o menor registro desde maio de 2013.