Wagner Moura: “Bolsonaro é um personagem conectado ao esgoto da história”
Para Wagner Moura, Jair Bolsonaro “é um personagem profundamente conectado ao esgoto da história brasileira”. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ator-diretor considera a vitória do presidente em 2018 “pedagógica”.
“O Brasil não é só um país de originalidade, de beleza, de potência, de diversidade, de biodiversidade. O favor que o Bolsonaro nos fez foi revelar esse outro Brasil, que estava camuflado; foi nos mostrar que nós também somos um país autoritário, violento, racista, de uma elite escrota”, explica.
Para Moura, Lula é “o presidente mais importante da história do Brasil” e votaria nele se as eleições fossem hoje.
“Eu acho que o que está em jogo, hoje, é a democracia em si. O retrocesso foi tão grande que nós temos que olhar para a saúde da democracia, independentemente de quem seja o próximo presidente do Brasil. A gente tem que derrotar esse atraso. Okay, olhamos para isso e não gostamos. Foi um encontro com as nossas raízes mais profundas, mas aprendamos com isso”, afirma, entretanto.
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A estreia de “Marighella” e a censura contra Wagner Moura
Prestes a lançar “Marighella” após dois anos de adiamentos, ele lembra que a obra foi censurada pela Ancine. “As negativas da Ancine para o lançamento e, depois, o arquivamento dos nossos pedidos não têm explicação. E isso veio numa época em que o Bolsonaro falava publicamente sobre filtragem na agência”.
Wagner Moura alega, no entanto, que o adiamento pode ser benéfico: “Talvez, hoje, haja uma maior compreensão de que isso é um produto cultural brasileiro, que o fato de ser proibido, censurado, atacado pelo governo é um absurdo”.
O filme está em turnê de pré-estreias pelo país e chega ao circuito no dia 4 de novembro.