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Zambelli isenta governo da culpa dos desmatamentos: “circunstâncias e mudanças climáticas”

Do Jornal Estado de S. Paulo:

Eleita presidente da Comissão do Meio Ambiente nesta sexta-feira, 12, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que a responsabilidade pela alta do desmatamento é de mudanças climáticas, e não do governo presidido por Jair Bolsonaro. Antes de chegar ao comando do colegiado, Zambelli sempre negou o aquecimento global. Aliada de Bolsonaro, ela agora quer aproveitar a posição para ajudar o governo a melhorar sua imagem no exterior.

O desmatamento na Amazônia cresceu 34% de agosto de 2019 a julho de 2020 pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Onde o presidente Bolsonaro tem errado na preservação do meio ambiente? Esse governo recebeu uma herança do governo anterior muito complicada e no mundo todo tivemos uma mudança climática muito grande, em 2019. Tivemos neve onde não existia, incêndio na Califórnia (EUA). Não acho que qualquer aumento de desmatamento ou de queimada seja culpa do governo. Foi uma circunstância. Acho que o governo atuou da melhor maneira possível. (…)

A escolha do seu nome foi criticada pelo fato de a sra. já ter negado o aquecimento global e criticado ONGs, tendo um perfil que não aparenta ligação com o meio ambiente. Como responde? Tudo na política é uma questão de construção de narrativa. Os conservadores são vistos dessa forma pelos esquerdistas, mas também temos um público que nos enxerga com bastante esperança. O maior índice de queimada ocorreu quando a Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente (no governo Lula). Eu rebato crítica com ações.

Como evitar sanções ou retirada do apoio de países da Europa por causa do aumento do desmatamento e agressões ao meio ambiente? Muito pela comunicação. Se comunicar bem com o exterior e mostrar que estamos em consonância com o combate ao desmatamento ilegal, nos ajuda bastante. Estamos fazendo nosso dever de casa. O Brasil renovou o Acordo de Paris e prometeu a neutralidade do carbono no mesmo ano que a China, em 2060. (…)