Estadão comemora o aumento das vendas de jornais impressos, mídia que está em franca decadência

Atualizado em 25 de junho de 2020 às 14:15

O Estadão está comemorando a liderança nas vendas de jornais em papel no mês de maio. Segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC), foram distribuídos 89,2 mil exemplares por dia, contra 88,2 mil de O Globo e 70,1 mil da Folha.

“Tanto o valor médio da assinatura quanto o da publicidade em veículos impressos garantem um faturamento mais alto do que as mesmas vendas no digital”, diz. “Por isso, ter essa presença forte no impresso é muito importante”, disse o diretor executivo de mercado leitor e estratégias digitais do Grupo Estado, Leonardo Contrucci.

Numa época em que o o mais importante é a comunicação digital, a comemoração do Estadão soa patética. É como se, em 1885, quando surgiu o primeiro automóvel, um fabricante de carroças comemorasse o aumento das vendas.

Qualquer pessoa razoavelmente informada e com um grau mediano de discernimento sabia que os veículos de tração animal estavam com os dias contados.

O mesmo acontece com os jornais em papel. Ou alguém ainda vê pessoas com jornal debaixo do braço circulando pela cidade? Muito raro.

Já as pessoas lendo notícias pelo celular em transporte coletivo é uma cena corriqueira.

O jornal informa que teve aumento dos acessos às suas plataformas digitais, mas não apresenta os dados de seus concorrentes.

É preciso verificar se o crescimento da venda dos jornais em papel não estaria ligado ao aumento dos animais domésticos, sobretudo durante a pandemia, quando pessoas adotam (ou compram) cães e gatos para não se sentirem sozinhas.