Estudante se declara pardo e é acusado de fraudar cotas em universidade

Atualizado em 2 de fevereiro de 2024 às 14:35
O cursinho do Colégio New Way comemorou a aprovação de Mateus Henrique no Sisu. Foto: reprodução

Após o Ministério da Cultura e Educação (MEC) divulgar os resultados dos aprovados nas faculdades públicas por meio do Sistema Unificado de Seleção (Sisu), um estudante paraibano está sendo acusado de fraudar o programa de cotas para conseguir vaga no curso de medicina na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Segundo usuários do X, antigo Twitter, Mateus Henrique, considerado branco, se cadastrou no sistema como pardo. A denúncia foi feita a partir de uma publicação do aluno em seu Instagram. Ao postar um print de sua aprovação no Sisu, internautas afirmam que ele tentou cobrir sua declaração de raça com uma mensagem de agradecimento: “Obrigado, Deus”.

O autor da denúncia, André, que se apresenta como estudante de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca que o suspeito da fraude não percebeu que no mesmo print havia outra descrição da vaga por cota racial, o que teria exposto Mateus.

Após a acusação, o recém-aprovado alterou as configurações de privacidade em sua conta no Instagram, e o perfil do Colégio New Way, que oferece o cursinho onde ele teria se preparado para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), apagou o post que comemorava sua seleção na UFPB.

Na sequência, usuários das redes sociais iniciaram uma campanha de denúncia de outras possíveis fraudes. A estudante Maria Eduarda Bastos, aprovada na Universidade Federal do Ceará no curso de medicina, também se declarou parda.

A exposição aconteceu no perfil do seu professor, o influenciador Rennan Torres, que publicou uma foto da jovem e o print da imagem que exibia a mensagem: “Você foi selecionada em 2° de 15 vagas para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas”. Após a repercussão, Rennan excluiu o post de seu perfil.

A situação gerou revoltas nas redes sociais, levantando a discussão sobre a representatividade das pessoas pardas. Segundo os usuários, há uma variação contraditória nas estatísticas brasileiras, com “falsos pardos” sendo representados nas universidades, eleitos para cargos públicos e empregados.

Essa mesma parcela da população que, junto de pretos, somam 55% dos brasileiros, se encontra em maioria na população carcerária, sendo vítima de violência e com pouco acesso aos estudos.

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