EUA pede ajuda a China contra ataques de houthis no Mar Vermelho

Atualizado em 28 de janeiro de 2024 às 20:21
EUA pede que China utilize “influência” com Irã para parar ataques de houthis no Mar Vermelho. Foto: Divulgação

“As discussões estratégicas foram francas, substantivas e frutíferas”, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês. Após a reunião deste sábado, a expectativa é que os presidentes Xi Jinping e Joe Biden conversem pelo menos por telefone sobre esses assuntos nos próximos meses.

Em seu comunicado, a Casa Branca disse que a reunião era “parte dos esforços para manter o diálogo aberto e gerenciar de maneira responsável a concorrência entre as duas potências”, depois de um período particularmente tenso no ano passado.

Mas os temas polêmicos continuam os mesmos: ligações com Taiwan, comércio, rivalidade em novas tecnologias e a luta pela influência na Ásia-Pacífico, o Mar do Sul da China.

As relações entre Pequim e o Irã integra a lista de questões divergentes, e tem como pano de fundo a guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.

Os Estados Unidos também esperam que a China use sua “influência” sobre o Irã para “parar” os ataques dos houthis do Iêmen, apoiados por Teerã, contra navios no Mar Vermelho, segundo um funcionário do governo americano, que pediu anonimato.

“Pequim nos diz que está abordando a questão com o Irã, mas estamos analisando o que está acontecendo na prática, e esses ataques parecem continuar”, disse a fonte em entrevista a repórteres.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA também falou das “profundas preocupações” de Washington sobre as últimas manobras da Coreia do Norte “por causa da influência da China sobre Pyongyang”. Os americanos pretendem conversar com o vice-ministro das Relações Exteriores da China, que visitou a Coreia do Norte, após seu retorno.

Independência de Taiwan divide potências

A questão mais sensível continua sendo Taiwan, que Pequim considera parte integrante do território chinês.

A China acusa os Estados Unidos de serem o principal fornecedor de armas e o principal apoiador das autoridades taiwanesas. “O maior desafio para as relações China-EUA é o movimento de independência de Taiwan”, disse Wang Yi a Sullivan, disse Pequim em um comunicado.

Pessoas agitam bandeiras de Taiwan e prol da independência. Foto: Divulgação

 

“Os Estados Unidos devem  implementar concretamente seu compromisso de não apoiar a independência de Taiwan e apoiar a reunificação pacífica da China” com a ilha, acrescentou o ministro. As eleições presidenciais de Taiwan, realizadas em janeiro, atrapalharam ainda mais os laços entre Pequim e Washington.

Jake Sullivan “enfatizou a importância de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, de acordo com o comunicado da Casa Branca.

Duranteas reuniões de sexta-feira e sábado, os dois países também afirmaram a sua disponibilidade para manter um diálogo sobre inteligência artificial na primavera e comemoraram os progressos realizados na cooperação em matéria de luta contra o tráfico de drogas.

Originalmente publicado no RFI 
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