EUA vão dizer à PF se Bolsonaro usou certificados falsos de vacinação

Atualizado em 19 de março de 2024 às 13:45
O ex-presidente Jair Bolsonaro nos EUA. Foto: Sergio Lima/AFP

A Polícia Federal aguarda informações do governo dos Estados Unidos e pode apontar “novas condutas ilícitas” do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados no caso de fraude nos cartões de vacinação. A corporação quer saber se ele e seus aliados entraram no país utilizando certificados falsos de imunização.

O Departamento de Justiça e o governo brasileiro possuem um acordo de cooperação jurídica para esclarecer o caso. O ex-presidente viajou aos EUA junto de outros investigados em 30 de dezembro de 2022, penúltimo dia de seu mandato, e o país exigia comprovante de vacinação à época.

“A investigação aguarda os dados decorrente do Auxilio Jurídico em matéria penal solicitado junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos – DOJ, que podem esclarecer se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estadia no território norte-americano, podendo configurar novas condutas ilícitas”, diz a PF em relatório.

Além de Bolsonaro, Mauro Cid e outras 14 pessoas foram indiciadas no esquema de fraude em cartões de vacinação. Foto: Alan Santos/PR

Bolsonaro e outras 16 pessoas foram indiciadas pelo esquema de fraude em cartões de vacinação. Segundo o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, ele “possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares”.

Em delação, Cid ainda afirmou que Bolsonaro ordenou que ele forjasse comprovantes de imunização para ele e sua filha, Laura Bolsonaro (12). Os certificados foram impressos em um equipamento dentro do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, segundo a investigação.

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda apontam que o esquema de fraude tem relação com a trama golpista. Para magistrados, a data da inclusão dos dados falsos deixa claro que Bolsonaro sabia que as Forças Armadas não embarcariam em um golpe de Estado e, por isso, “resolveu ir embora” do país.

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