Divulgada nesta quinta (24), a nova pesquisa Exame/Ideia indica que 50% dos evangélicos avaliam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom. É um crescimento significativo em relação ao levantamento realizado pelo instituto há um mês e pode estar relacionado à interferência de pastores no MEC (Ministério da Educação).
Na rodada da pesquisa de 24 de fevereiro, o chefe do Executivo era avaliado positivamente por 32% dos evangélicos. Houve um aumento de 18 pontos percentuais.
O fundador do Ideia, Maurício Moura, analisa que há um movimento de “grupos que eram favoráveis ao presidente no passado e que agora estão se reacomodando, tanto em uma avaliação mais positiva do governo quanto na intenção de voto estimulada”.
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Crescimento de Bolsonaro entre evangélicos pode estar relacionado a pastores no MEC
Na semana passada, ganhou grande repercussão a notícia de que dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e Arilton Moura, participaram de dezenas de reuniões da pasta. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, que também é pastor, permitiu que se formasse um gabinete paralelo no MEC. Os religiosos não têm vínculo nenhum com a administração pública nem com o setor de ensino, mas decidem sobre prioridades da pasta e até sobre a verba destinada à educação no Brasil.
No Congresso, Bolsonaro está sendo blindado por parlamentares evangélicos em meio ao escândalo. A Frente Parlamentar Evangélica busca se afastar de Ribeiro e cobra esclarecimentos do ministro, mas ao mesmo tempo protege o mandatário da República. Segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), presidente do grupo, o chefe do Executivo “vai falar em momento oportuno”, mas quem precisa se explicar de fato é Milton Ribeiro.
Pastores participaram de pelo menos 22 agendas do MEC
Gilmar e Arilton estiveram em pelo menos 22 agendas oficiais no Ministério da Educação nos últimos 15 meses. 19 delas contaram com a presença de Milton. Na agenda oficial do ministro, as reuniões são descritas como de “alinhamento político”.
O pastor Gilmar afirmou, em maio passado, que era o responsável por garantir verbas para prefeituras. A declaração ocorreu em uma viagem de representantes da pasta ao município de Centro Novo do Maranhão (MA).