Ex-assessor de Bento Albuquerque diz à PF que pagou excesso de bagagem por joias sauditas

Atualizado em 1 de abril de 2023 às 14:42
Bento Albuquerque e as joias das arábias. (Imagem: Montagem/Reprodução)

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-assessor do ex-ministro Bento Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, disse que precisou pagar excesso de bagagem para trazer ao país “tantos presentes” oferecidos pelo governo da Arábia Saudita, em outubro de 2021. A informação é do O Globo.

Militar da Marinha, ele foi flagrado pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, portando um estojo de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. Os itens foram retidos porque não tinham sido declarados ao Fisco.

Bento Albuquerque disse na alfândega que as peças eram para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Soeiro integrou uma comitiva liderada pelo então ministro de Minas Energia que representou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem à Arábia Saudita. O militar disse, ao retornar ao Brasil, que seu carrinho de bagagens tinha “tantas malas e caixas que ficava acima da sua cabeça, o que nunca tinha acontecido”.

Segundo ele, além das joias, havia outras coisas para trazer, como “caixas grandes com muitas frutas, cafés e óleos”. Alguns desses itens também foram retidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Em 25 de outubro, de acordo com o militar da Marinha, Bento Albuquerque telefonou para ele e “disse que o príncipe regente saudita falou que enviaria ainda um outro presente para o hotel, porém, o ministro disse não saber o que era”.

De acordo com o ex-assessor, um emissário do príncipe foi ao hotel onde a comitiva brasileira estava hospedada. Ele levou duas caixas embrulhadas em papel especial com brasão da família real e disse que os presentes deveriam ser entregues ao então ministro de Minas e Energia.

Diante da quantidade de presentes, o ex-assessor avisou que não tinha mais espaço na sua bagagem. O ministro decidiu que levaria um pacote e que o assessor transportaria o outro. Apenas o ajudante foi barrado pela Receita ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos.

Até agora, foi revelado que Bolsonaro recebeu pelo menos três conjuntos de joias do país árabe: o primeiro a ser revelado foi uma coleção feminina, o segundo trata-se de um grupo de joias masculinas.

O terceiro conjunto foi recebido, pelo próprio ex-presidente, durante viagem em outubro de 2019. A confirmação veio da defesa de Bolsonaro: “Os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República conforme legislação em vigor”.

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