VÍDEO: Ex-chefe da PRF diz à CPI que tinha apenas “relação profissional” com Bolsonaro

Atualizado em 20 de junho de 2023 às 13:13
O ex-diretor da PRF Silvinei Vasques em depoimento à CPI do 8 de janeiro. Foto: Reprodução

Em depoimento à CPI Mista do 8 de Janeiro, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou ter usado o cargo para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele, que declarou voto no então mandatário no segundo turno das eleições, foi convocado por suspeita de bloquear estradas para favorecê-lo.

“As fotos que eu tenho com o presidente Bolsonaro é porque ele me permitiu tirar. Utilizei da minha hora de folga, postei na minha hora de folga. O cargo nunca foi usado em benefício meu e muito menos dele. Não seria eu que mudaria o resultado da eleição”, alegou.

Silvinei é acusado de bloquear estradas durante a disputa eleitoral para prejudicar a locomoção de eleitores do presidente Lula durante o segundo turno. Ele ainda diz que não tinha nenhuma relação pessoal com Bolsonaro, apenas profissional, e que tirou foto com o então presidente por sentir “orgulho” dele.

“O presidente Bolsonaro, eu nunca fui em nenhuma festa, por exemplo, da filha dele mais nova, não sou padrinho, não sou parente. Nunca votei nele, porque meu título de eleitor está em Florianópolis, sempre esteve lá. O que a gente tinha era uma relação muito profissional”, relata.

“Foi o único que deixou eu bater a foto, nenhum outro presidente autorizou a gente a bater foto. Qual o orgulho para um servidor público, para um policial? Quem é o presidente? É o maior comandante das policias, qualquer presidente, o atual também é, todos foram. É orgulho para gente levar uma foto com o presidente, a gente se emociona”, prossegue.

 

O ex-diretor da PRF ainda foi questionado sobre uma publicação feita no Instagram às vésperas do segundo turno da eleição, quando divulgou uma imagem da bandeira do Brasil e escreveu “Vote 22. Bolsonaro presidente”. Ele afirma que excluiu o post após “críticas na imprensa” e que tentou “evitar polêmica”.

“É normal na PRF: posso falar para a senhora 10 atuais ocupantes do cargo… Tem alguns que, além de postar pedindo voto para algum candidato, ainda falam mal do outro. E eu nunca falei mal, nunca citei. E é normal na PRF os policiais terem um candidato e na sua hora de folga, como são brasileiros, têm direito”, argumenta.

Ao contrário do que afirma Silvinei, no entanto, a PRF atuou para impedir eleitores do Nordeste, onde Lula era favorito, de votar. Um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostrou que a corporação parou 2185 ônibus no Nordeste, mais da metade do total (4591) de veículos fiscalizados na ocasião.

Há diversos relatos e registros de eleitores sendo parados por agentes da PRF na data. Veja:

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