Ex-cirista, Antonio Tabet declara voto em Lula e diz que Bolsonaro é “sádico”

Atualizado em 30 de setembro de 2022 às 20:07
Ex-cirista, Antonio Tabet declara voto em Lula. Foto: Reprodução

Ex-cirista, Antonio Tabet declarou voto em Lula na eleição deste ano. Fundador do Porta dos Fundos, ele sempre foi antipetista e alega que vai votar no ex-presidente porque o país “enloqueceu”.

“Se, há alguns anos, Gregório Duvivier me dissesse que eu apoiaria o Lula no futuro, eu diria que ele enlouqueceu. Por outro lado, se eu dissesse pro Gregório que Lula seria novamente candidato, com o Alckmin de vice e apoiado pela Marina, ele diria que eu enlouqueci”, afirmou.

Ele afirma que o Brasil “descarrilhou” por causa de Jair Bolsonaro, a quem chama de “sádico”, “perverso” e “inconsequente”.

“Derrotar Bolsonaro de forma categórica não é para evitar falsas alegações de fraude que respingariam em deputados e senadores. Convenhamos: quem acredita em mamadeira de piroca, terra plana e integralista fantasiado de padre acredita em qualquer teoria conspiratória. Vencer o atual governo de maneira emblemática é compulsório porque expõe o desejo popular de restituir uma identidade perdida. O Brasil, que já foi sinônimo de natureza, da alegria e do Carnaval, hoje, é o país de milícia, de morte e do mal”, prosseguiu.

Tabet já havia anunciado publicamente que votaria em Ciro Gomes, mas decidiu voltar atrás. O humorista disse que trocaria seu voto se houvesse chances de Bolsonaro ser derrotado no primeiro turno.

Ele ainda criticou a campanha “equivocada” e “de prioridades questionáveis” do pedetista, lembrando que Ciro expôs Gregorio Duvivier, que é seu amigo e sócio.

O humorista também lembrou do ataque aos estúdios do Porta dos Fundos, cujos autores permanecem soltos.

Ele diz que não votou no petista em nenhuma das eleições anteriores, mas decidiu que esse ano é “Lula lá”.

Leia a declaração de Tabet na íntegra:

Se, há alguns anos, Gregório Duvivier me dissesse que eu apoiaria o Lula no futuro, eu diria que ele enlouqueceu. Por outro lado, se eu dissesse pro Gregório que Lula seria novamente candidato, com o Alckmin de vice e apoiado pela Marina, ele diria que eu enlouqueci.

O fato é que nem eu, nem ele, nem Alckmin e tampouco Marina enlouquecemos. Quem enlouqueceu foi o país.

O Brasil, ditado por um louco, descarrilhou. Porque Jair Bolsonaro não é um lunático de devaneios ou ausências. Jair Bolsonaro é sádico, perverso, inconsequente.

Derrotar Bolsonaro de forma categórica não é para evitar falsas alegações de fraude que respingariam em deputados e senadores. Convenhamos: quem acredita em mamadeira de piroca, terra plana e integralista fantasiado de padre acredita em qualquer teoria conspiratória.

Vencer o atual governo de maneira emblemática é compulsório porque expõe o desejo popular de restituir uma identidade perdida. O Brasil, que já foi sinônimo de natureza, da alegria e do Carnaval, hoje, é o país de milícia, de morte e do mal.

A nação precisa de muito, mas não de um senhor de engenho. Precisa de humanidade. Não precisa da crueldade de quem nomeia uma mulher machista para mulheres, um racista para negros, incultos para a cultura, um ecocida para o meio-ambiente e ignorantes para a educação.

Há algum tempo, disse publicamente que votaria em Ciro Gomes a menos que houvesse chance de derrota de Bolsonaro no 1º turno. E há. Além disso, não pude ignorar uma campanha equivocada, de prioridades questionáveis, que expôs um comediante, meu amigo e meu sócio.

O alvo é outro. Falo com a propriedade de quem foi vítima do primeiro atentado terrorista depois da ditadura. Foram três coquetéis molotov que cercearam a liberdade dos meus filhos diante da negligência de Sérgio Moro. Os autores, extremistas de direita, seguem soltos.

Quem me segue sabe que sempre fui crítico em relação aos governos passados. De Fernando Henrique a Temer. E nunca fiz vista grossa para os escândalos revelados durante os mandatos do PT. Mas o que está aí hoje não tem comparação. Chegamos ao fundo do poço.

O Brasil nunca foi exemplo de honestidade.

O Brasil nunca foi exemplo de penitência.

O Brasil nunca foi exemplo de educação.

Mas o Brasil de Bolsonaro é o pior dos maus exemplos. É um exemplo mau.

Ameaça a paz, a segurança, as instituições, as minorias e a democracia.

Em 1994, não votei em Lula.

Em 1998, não votei em Lula.

Em 2002, não votei em Lula.

Em 2006, não votei em Lula.

Em 2022, votarei em Lula.

Afinal, quero continuar votando (ou não votando) em quem eu quiser.

Espero que, se eleito, Lula encare o mandato não como um cheque em branco, mas como oportunidade de repetir acertos e evitar erros. Além, claro, de não governar só para os seus.

Que seja o presidente dos seus, dos meus, de Ciro, Simone e de todos aqui.

E Lula lá.

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