Ex-mulher de Bolsonaro pode ter usado laranja em financiamento de mansão, diz PF

Atualizado em 1 de setembro de 2022 às 17:05
Ana Cristina Valle, ex-mulher de Bolsonaro
Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro

A Polícia Federal diz que Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), pode ter usado um laranja para contratar um financiamento bancário de R$ 2,3 milhões para a compra de uma mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília. O órgão pediu que uma investigação fosse aberta, sob suspeita de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

“A casa avaliada em R$ 3,2 milhões no Lago Sul, ao que indicam os elementos de provas disponíveis, foi supostamente adquirida e financiada pela investigada Cristina Valle por meio de pessoa interposta sem ser possível identificar a origem de valores”, afirma o relatório da PF.

“Há indícios de utilização de terceira pessoa interposta para obtenção de financiamento imobiliário. Tal conduta possui alcance típico de delito contra o sistema financeiro”, diz o documento.

O contrato de financiamento da casa, assinado pelo corretor Geraldo Antonio Moreira Júnior Machado com o Banco de Brasília (BRB), estabeleceu parcelas entre R$ 14 mil e R$ 16 mil, a depender da taxa de juros aplicada. A PF quer saber quem está pagando esse empréstimo no valor total de R$ 2,3 milhões. De acordo com os investigadores, o custo da dívida é “aparentemente incompatível com o exercício da função pública de assessora parlamentar” .

As parcelas estabelecidas custam o dobro do salário que Ana Cristina tinha como assessora parlamentar na Câmara dos Deputados. Na função, a ex-mulher de Bolsonaro ganhava salário bruto de R$ 8 mil, que correspondia a cerca de R$ 6 mil líquidos.

A transação imobiliária virou alvo da PF após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectar “transações atípicas” feitas por Ana Cristina. Segundo o documento, a ex-mulher de Bolsonaro transferiu R$ 867 mil para uma empresa de transporte de cargas do Distrito Federal.

A empresa pertence ao corretor Geraldo Antonio Moreira Júnior Machado, que teria usado uma parte do valor, R$ 580 mil, para pagar a entrada da compra da mansão.

Ana Cristina negava até recentemente ser a dona da casa, onde mora com o seu filho Jair Renan Bolsonaro. A ex-mulher de Bolsonaro dizia que alugava o imóvel. No entanto, ela apresentou uma nova versão e declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ser a proprietária da mansão, que, segundo ela, valeria R$ 829 mil.

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