Ex-sócia de Guedes e apoiadora de Bolsonaro: quem é a nova presidente da Caixa

Atualizado em 29 de junho de 2022 às 13:17
Daniella Marques.
Foto: Cristiano Mariz

Com a demissão de Pedro Guimarães da presidência da Caixa, após várias denúncias de assédio sexual, quem assume o banco estatal é Daniella Marques, que foi sócia do ministro da Economia, Paulo Guedes, e estava na Secretaria de Produtividade e Competitividade.

Vista como “braço direito” de Guedes, Daniella se formou em administração pela PUC do Rio de Janeiro. Antes de entrar no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), trabalhou durante duas décadas no mercado financeiro.

Sua relação profissional com o ministro começou na Bozano Investimentos, em que os dois foram sócios. Ela deixou a empresa em 2019 para trabalhar no Ministério da Economia como assessora especial.

Marques poderia ter continuado à frente da Bozano, mas escolheu se aventurar na política ao acompanhar, em julho de 2018, o lançamento da candidatura de Bolsonaro à presidência, pelo PSL, no Centro de Convenções SulAmérica, no centro do Rio.

Na pasta, a então assessora participava de todas as decisões importantes e costumava ser enviada por Guedes para negociações com o Congresso e com o Palácio do Planalto.

Segundo colegas, ela “não gosta de aparecer”, mas nos bastidores, além de ter um canal direto com o titular da Economia, costuma despachar também com Bolsonaro, mesmo sem a presença do ministro.

Defensora do presidente, Marques já chegou a dizer que nunca o viu adotar posturas antidemocráticas, apesar de Bolsonaro ter apoiado publicamente atos golpistas, como os protestos de 7 de setembro de 2021.

Em janeiro de 2022, Paulo Guedes classificou a nova presidente da Caixa como uma pessoa “confiável, guerreira, inteligente e leal”, em entrevista à jornalista Carla Araújo. “Ela comprou esse pacote todo [de estar no governo]. Enquanto muitos homens desistiram ou foram abatidos pelo caminho, ela segue”, ressaltou o ministro.

Apontada como dura por membros do ministério, Daniella ganhou a simpatia do governo, em abril de 2019, quando bateu boca com a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A discussão aconteceu na fatídica sessão na Câmara em que Guedes foi chamado de “tchutchuca” pelo deputado Zeca Dirceu (PT-PR). No meio do tumulto, a petista afirmou ter sido ofendida por Marques e exigiu que a auxiliar de Guedes fosse levada para a delegacia da Polícia Legislativa na Câmara. Não houve registro de ocorrência.