Exclusivo: Influencer Vitória Guarizo é inocente dos crimes de roubo e tortura a ela atribuídos pela imprensa

Atualizado em 24 de agosto de 2023 às 22:25
A influenciadora Vitória Guarizo: caluniada pela mídia comercial de norte a sul do país (crédito: reprodução)

No dia 26 de julho deste ano, os veículos da mídia comercial publicaram como se não houvesse amanhã que a influencer transexual Vitória Guarizo era uma criminosa sádica. De acordo com os órgãos de imprensa, que tiveram acesso ao início de investigações policiais a respeito de uma denúncia de uma suposta vítima, ela teria torturado um homem em um quarto de hotel utilizando um maçarico. Teria também roubado mais de R$ 40 mil da vítima, após dopá-lo com drogas pesadas.

Assim foram as manchetes:

G1 – Mesada de R$ 40 mil, 1 milhão de seguidores e vida de luxo: quem é Vitória Guarizo, influencer presa por roubo com tortura em SP

TV Bandeirantes/UOL: Vítima da “influencer do maçarico” descreve tortura: “Ameaçaram de me matar”

TV Record: Influencer é presa por dopar e torturar empresário por 30 horas com maçarico em SP

O Tempo (MG): Influenciadora seduz homem, o tortura e o obriga a fazer pix de R$ 41 mil

Diário do Nordeste: Influenciadora presa por dopar e roubar homem em SP ostenta vida de luxo

Estado de Minas: Homem relata tortura praticada por influencer: “Me queimava com maçarico”

Segundo a TV Bandeirantes, Vitória torturava e roubava. É apenas mentira. (crédito: reprodução)

O que os órgãos de imprensa que “noticiaram” o que vai acima ainda não informaram aos seus leitores e espectadores é que a Polícia Civil de São Paulo redigiu relatório final da investigação na última terça-feira (22), concluindo que Vitória não praticou nenhuma dessas ações criminosas que foram a ela imputadas.

Sim, a influenciadora foi achincalhada pela imprensa nacional, tão apressada em julgar e condenar Vitória antes mesmo que a polícia tivesse dado seus primeiros passos na investigação. Não, ela não torturou ninguém. Não, ela não roubou ninguém. Não, ela não usou maçarico algum. Não, ela não drogou ninguém. Não, ela não obrigou ninguém a fazer pix de R$ 41 mil.

É isso que concluiu o delegado de polícia titular do 27º DP, Eduardo Luis Ferreira, responsável pelo inquérito, após o fim das investigações, que duraram um mês. O DCM teve acesso com exclusividade ao relatório final da polícia, enviado ao Ministério Público e à Justiça, admitindo que a prisão preventiva a que submeteram Vitória estava equivocada, e solicitando a sua soltura.

Admitindo também que a suposta vítima, Luciano Soares Oliveira, de vítima tem muito pouco. Ele é conhecido no mundo underground de São Paulo como “O Carimbador”, gíria que se atribui a quem é portador do vírus HIV e mantém relações sexuais sem preservativo com diferentes parceiros – ou vítimas.

Luciano é usuário de metanfetamina, é adepto de práticas masoquistas e mentiu muito à polícia e aos órgãos da mídia comercial, que celeremente passaram para frente o que lhes foi dito.

Veja abaixo trechos do relatório final da Polícia Civil, com destaques em vermelho das partes que mostram os equívocos da polícia e da imprensa.

Crédito: Polícia Civil de São Paulo

Então é isso. O DCM  teve acesso a muitos mais detalhes acerca do episódio. Não vai publicar mais nenhum, a exposição de Vitória já foi mais do que suficiente. Não nos interessa expor mais Vitória do que já fizeram o G1, a TV Bandeirantes, o UOL, o Estado de Minas.

O DCM não procurou Vitória para que ela pudesse comentar o caso. Ela já foi muito procurada por órgãos de imprensa. Os órgãos que a difamaram que a procurem. Ou não, que apenas desmintam o que publicaram e tentem reformar em alguma medida o mal que a ela causaram.

 

Abaixo, uma fábula para reflexão.

Conta-se que certo irmão sofreu tamanha calúnia que o prostrou mortalmente ferido. O caluniador havia feito um grande estrago em sua vida.

Constrangido por outros a ir ao homem de Deus que estava à beira da morte e pedir perdão pelos seus atos, o caluniador foi até lá com um tremendo peso na consciência.

Ao chegar à presença daquele homem, rogou-lhe desculpas e perdão e ouviu a seguinte resposta: “Eu o perdôo de todas as suas palavras contra mim mas, há duas coisas que desejo que você faça. Será que poderá realizá-las?”

Amargurado, o caluniador respondeu: “Farei o possível para cumprir seus últimos desejos”.

Então o moribundo homem fez um maior esforço e solicitou: “Pegue este travesseiro que está embaixo da minha cabeça, vá até aquele monte em frente ä minha casa e solte todas as plumas ao vento; espalhe bem e por toda a parte, depois, traga-me o saco vazio”

Mais que depressa o caluniador dispôs-se a cumprir o pedido. Não foi difícil soltar aquelas penas de travesseiro ao vento, pelo que, logo ele estava de volta.

Ao receber o saco de pano de volta, o moribundo fez então o segundo pedido: “Muito bem. Agora, pegue este saco vazio, volte lá onde você espalhou as plumas e apanhe uma por uma, pena por pena, encha este travesseiro de novo e me traga de volta!”

Com um terrível sentimento, o difamador replicou: “Mas isto é impossível! Eu não poderei juntar todas as penas. O ventou espalhou por muitos lugares…”

E então o irmão proferiu suas últimas palavras:

“Eu te perdôo de todas as suas palavras contra mim, mas você jamais poderá consertar o estrago que fez à minha vida e à minha imagem diante de todos”