Exclusivo: PSDB, PSD e MDB organizam manifesto de notáveis contra Doria. Por José Cássio

Atualizado em 11 de outubro de 2018 às 16:15
João Doria (PSDB), candidato ao governo de São Paulo, durante debate promovido pelo SBT – 19/09/2018 (SBT/Reprodução)

João Doria está cercado – e isso não é uma metáfora.

O ex-prefeito de São Paulo, inventado por Geraldo Alckmin e que o traiu na primeira oportunidade, agora se vê isolado e tendo de lidar com uma avalanche de inimigos do mesmo grupo e adversários partidários com um plano comum: tirar dele as chances de se eleger governador de São Paulo neste segundo turno.

O golpe de misericórdia naquele que entre os correligionários é visto como “traidor” e entre os adversários como “mau caráter” está sendo desenhado na tarde desta quinta-feira, dia 11.

Andrea Matarazzo (PSD), Alberto Goldman (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) estão reunidos com interlocutores de Márcio França.

Do encontro sairá um ‘manifesto’ em favor da democracia, contra a usurpação dos ideais da social-democracia por João Doria e em favor da reeleição de Márcio França ao governo do Estado neste segundo turno.

O documento que será apresentado à sociedade nos próximos dias conta com apoio de figuras históricas da política como, por exemplo, o ex-governador Almino Afonso, tradicionalmente avesso a manifestações públicas de apoio ou contrariedade a pessoas ou projetos de poder.

A indignação é o combustível contra o publicitário.

Primeiro com a “traição” imposta a Geraldo, depois a tática desonesta contra os adversários (atacou a família de Skaf na propaganda eleitoral e depois pediu desculpas num debate na TV) e, por fim, a usurpação dos ideais do PSDB para fazer a defesa do fascismo bolsonariano.

O encontro da Executiva Nacional do PSDB, nesta segunda-feira, quando foi chamado de traidor por Geraldo, deu a medida da sua inconveniência.

Ao final, ele pediu uma salva de palmas para Geraldo, que concorreu e não conseguiu chegar ao segundo turno da eleição presidencial.

Num gesto enérgico com o dedo indicador da mão direita, o ex-governador ordenou que todos se mantivessem calados.

Para completar o despudor, na saída do encontro foi à imprensa dizer “que perdoava Geraldo”.

Doria conseguiu isolar-se em menos dois dois anos. A cartada que pode selar para sempre a sua curta passagem pela vida pública está sendo escrita nesse momento.