Exército de Israel desmente notícia sobre decapitação de bebês pelo Hamas

Atualizado em 11 de outubro de 2023 às 7:38
Soldados israelenses removem o corpo de uma pessoa morta durante um ataque do Hamas em Kfar Aza, no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza

O Exército israelense não tem informações sobre o caso de que “o Hamas decapitou bebês”, disse um porta-voz das forças israelenses à agência de notícias turca Anadolu nesta terça-feira (10).

Segundo informações postadas em redes sociais na segunda, o braço armado do Hamas, as Brigadas Qassam, “decapitaram muitos bebês israelenses” no território israelense durante o ataque feito na manhã de sábado (7).

A própria repórter do canal local i24News, que divulgou o “furo”, admitiu no X, ex-Twiter, que a sua fonte são soldados que “acreditam” que isso aconteceu. Ninguem tem provas.

“Os soldados disseram-me que acreditam que 40 bebês/crianças foram mortos. O número exato de mortos ainda é desconhecido, pois os militares continuam a ir de casa em casa e a encontrar mais vítimas israelenses”, declarou.

A mídia brasileira toda, da Globo ao Estadão, repercutiu a cascata. A GloboNews se lambuzou com uma história que ninguém quis checar. Jorge Pontual falou dos pogroms. Em seguida caiu no esgoto bolsonarista.

Questionado por telefone pela Anadolu, o Exército de Israel comentou brevemente: “Vimos as notícias sobre o assunto, mas não temos quaisquer detalhes ou confirmação sobre isso”.

Repórter que divulgou a notícia dos “bebês decapitados” admite que ouviu a história de soldados

A situação entre Israel e o Hamas ganhou contornos apocalípticos com um ataque surpresa no sábado do grupo palestino contra cidades do sul. Israel retaliou com um massacre em Gaza e colocou o enclave sob bloqueio total.

Mais de 1.900 pessoas foram mortas até agora no confronto, incluindo pelo menos 900 palestinos e 1.000 israelenses, segundo as autoridades.

Israel cortou o fornecimento de água e eletricidade a Gaza, agravando a situação humanitária na região. Lar de quase 2,2 milhões de pessoas, a Faixa de Gaza já está sob um cerco israelense desde 2007.