Exército quer suspender nomeação de coronel que sugeriu golpe a ajudante de Bolsonaro

Atualizado em 16 de junho de 2023 às 12:58
O coronel Jean Lawand Junior e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, avalia anular a nomeação do coronel Jean Lawand Junior para Representação Diplomática do Brasil nos Estados Unidos, em Washington, após descoberta de que ele pediu um golpe de Estado. A Polícia Federal encontrou mensagens do militar a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pedindo uma ruptura institucional. A informação é da Folha de S.Paulo.

Generais da Força afirmam avaliam que ele vai responder judicialmente pelas mensagens e que possíveis decisões administrativas serão tomadas após encontro de Tomás Paiva com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Eles devem se reunir nesta sexta (16).

O Exército não costuma abrir processos administrativos em casos do tipo e considera que eles devem ser analisados pela Justiça antes. A revelação dos diálogos com Cid foi avaliada pelo Ministério da Defesa como uma situação delicada e o titular da pasta decidiu conversar com o chefe da Força para planejar providências contra o coronel.

Em nota, o Exército afirmou que declarações pessoais “não representam o pensamento da cadeia de comando” e que “eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial”. A Força também anunciou que “as medidas cabíveis já estão sendo adotadas”.

Lawand é atualmente supervisor do Programa Estratégico Astros do Escritório de Projetos do Exército, do Estado-Maior da Força. Ele é formado na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e esteve ao lado de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, durante os quatr anos de formação.

Ele era um dos cotados para ser promovido a general de brigada em 2025, por já ter assumido cargos de comando. A data seria próxima à sua volta ao Brasil, já que Tomás Paiva assinou portaria designando o coronel para missão no exterior a partir de janeiro do ano que vem.

A anulação da missão nos Estados Unidos seria uma forma de garantir que ele esteja no Brasil enquanto estiver sendo investigado. Nas mensagens enviadas a Cid, ele pede ao então ajudante que insista para Bolsonaro “dar a ordem” e convença “o 01 a salvar esse país”.

“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirma.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link