Membros do Exército temem um desgaste da Força com uma possível promoção do tenente-coronel Mauro Cid. A turma de 2000 da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) é a próxima a entrar no ciclo de promoções do próximo ano e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está na lista.
Com as investigações contra Cid, no entanto, militares avaliam medidas para evitar desgastes. Alguns membros do Exército defendem tentar segurar e adiar a cerimônia que dará a Cid o status de coronel, mas generais apontam que ele não deveria ter a promoção congelada porque não é réu.
Cid foi cabeça da turma e as promoções estão previstas para abril, agosto e dezembro de 2024. Seus colegas acreditam que ele conseguiria a promoção na primeira oportunidade, mas deve enfrentar resistência enquanto for alvo da Polícia Federal.
As decisões finais sobre o tema só serão tomadas às vésperas do processo de promoção e a expectativa é que a PF já tenha concluído a investigação contra ele e o Ministério Público, oferecido a denúncia.
A Comissão de Promoções de Oficiais é, pelas normas do Exército, responsável por avaliar o tema. O colegiado é composto por 18 generais, presidido pelo chefe do Estado Maior da Força e avalia critérios como rendimentos escolar, desempenho em cargos ocupados e capacidades de chefia e liderança.
Militares que se tornam réus em processos criminais têm a carreira congelada enquanto aguardam julgamento. No caso de Cid, ele ainda não foi indiciado e a comissão teria que apontar outros motivos para definir que ele não está habilitado a concorrer à progressão.