O Consórcio Garibaldi, uma empresa que prejudicou centenas de consumidores ao falir em maio de 1994, teve seu caso julgado na famosa 13ª vara criminal de Curitiba.
Em 2005, quando Sergio Moro já atuava como juiz federal e assumiu o caso, ele negociou um acordo de delação premiada com Agostinho de Souza, o antigo administrador do consórcio.
De acordo com reportagem do Cafezinho, Agostinho consultou juridicamente Danilo Pereira, que anteriormente havia sido advogado do Consórcio, conforme depoimento dado por Agostinho.
Agostinho revela ainda que a esposa de Danilo, Mauritânia Bogus, foi beneficiada pelo consórcio como parte de um acerto de contas pelo período em que Danilo trabalhou lá, sugerindo que esse esquema também foi aplicado a outros funcionários.
Atualmente, Danilo Pereira é juiz federal e está cotado para assumir a 13ª vara de Curitiba. Especialistas consultados afirmam que, embora não seja evidente um conflito de interesses ou que o depoimento seja suficiente para impedir Danilo de assumir a vara, reconhecem que o episódio pode gerar algum constrangimento.
Os documentos não apresentam objetivamente qualquer fato contra o juiz, indicando apenas que ele forneceu orientações ao depoente quando atuava como advogado. No entanto, isso poderia levantar suspeitas apenas em casos relacionados a esse contexto.
Na época, o empresário Tony Garcia foi condenado em R$ 10 milhões em razão das fraudes a ele atribuídas por Moro na sentença. Posteriormente, ele viria a ser o “espião” do ex-juiz nos casos da Lava Jato.
Fontes adicionais, que preferem permanecer em sigilo, questionaram se Moro poderia exercer alguma influência sobre o ex-advogado da Garibaldi, embora não tenham apresentado provas.