Filho de ex-bombeiro miliciano envolvido na morte de Marielle é preso por gatonet

Atualizado em 5 de agosto de 2023 às 14:24
Maxwell Simões Corrêa Júnior e seu pai Maxwell Simões Corrêa, o Suel. Foto: Reprodução

Maxwell Simões Corrêa Júnior, filho do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, teve a prisão decretada pela Justiça pela exploração do serviço clandestino de TV por assinatura, também chamado de gatonet, na região de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Suel foi preso há duas semanas, acusado de participar da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

De acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio, Maxwell Júnior é responsável pelo repasse de ordens a subordinados no esquema e centraliza o recebimento do dinheiro recebido das vítimas.

Além de seu filho, Suel e Ronnie Lessa, ambos presos pelo homicídio de Marielle, tiveram novos mandados de prisão expedidos pela exploração de gatonet na região. Os dois eram apontados como sócios no esquema e são réus por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A ação foi deflagrada pelo Ministério Público do Rio e pela Polícia Federal nessa sexta-feira (3). Os gentes cumpriram 7 mandados de busca e apreensão contra a milícia chefiada Suel. Maxwell Simões Corrêa Júnior já é considerado foragido da Justiça. O policial militar Sandro dos Santos também teve mandado de prisão expedido e não foi encontrado. Wellington de Oliveira Rodrigues, o Manguaça, foi o único preso na ação.

Operação da PF contra milícia chefiada por Suel. Foto: Reprodução

Segundo a Polícia Federal, a exploração do serviço clandestino de TV por assinatura começou em 2008, quando Suel abriu a empresa Flash Net Prestadora de Serviços de Comunicação e Multimídia. A firma só funcionou até 2018, mas o ex-bombeiro seguiu com a exploração mesmo após seu fechamento, segundo contou o ex-PM Élcio de Queiroz, em delação premiada sobre o caso Marielle.

“O gatonet era com o Maxwell na área de Rocha Miranda. No caso do Ronnie, era mais para dentro da comunidade do Jorge Turco (no bairro do Colégio). A maior parte é do Maxwell, só uma parte que era do Ronnie”, disse Queiroz.

Segundo a PF o negócio na região era garantido por meio de ameaças. “Maxwell está impedindo moradores de instalarem seus serviços de internet, para que os mesmos solicitem os serviços da milícia. Os moradores têm fios de internet cortados e são ameaçados”, relata denúncia de 2019 citada no relatório da PF sobre a morte da vereadora.

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