Flávio Bolsonaro admite que não houve fraude nas urnas: ‘Mas podia ter acontecido’

Atualizado em 12 de outubro de 2022 às 10:59
O senador Flávio Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta quarta-feira (12), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que não houve fraude nas urnas no primeiro turno. Logo em seguida, no entanto, ele voltou atrás e disse que as Forças Armadas ainda não concluíram o relatório sobre o assunto, porque ainda falta coletar informações:

(…) Como a campanha pretende reverter os índices de rejeição a Bolsonaro?

Vocês estão vendo o presidente muito mais calmo, a cada dia mais preparado, com a inteligência emocional cada dia melhor. Grande parte dessa rejeição vem dos ataques mentirosos que o PT faz, que não são coibidos como deveriam pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e que são potencializados pela imprensa. Ele infelizmente foi escolhido o inimigo, como se ele fosse uma ameaça à democracia, o que nunca foi.

Houve a percepção de que ele precisava de mais aliados políticos?

Há uma conscientização de que o Congresso eleito está pronto para o governo, com a maioria esmagadora de centro-direita. Agora vai ter um ambiente de muito mais paz e harmonia para aprovar medidas que nós achamos importantes. Estamos mostrando isso no programa de TV, que aquela paz e harmonia que todos esperam é verdade. Está todo mundo cansado de briga.

(…)

Como a campanha pretende tirar a diferença de 6,1 milhões de votos de Lula?

Criamos forças-tarefas em São Paulo, Minas e Rio com o apoio que nós temos. Na região Nordeste tem o foco especial na Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Piauí, que são os maiores estados com mobilização dos prefeitos. Muita gente votou em Lula porque queria que acabasse logo no primeiro turno.

(…)

Há divergências no QG sobre as estratégias da campanha?

Não tem divergência. Antes de uma ideia ganhar corpo tem discussão, um puxa mais para cá, outro mais para lá, como é normal em qualquer campanha. Quando eu digo que o presidente é o marqueteiro é porque a palavra final é dele. Se ele falar que tem que subir o tom, todos vão dar um jeito de subir o tom e ver se ele aprova. Claro que mostramos pesquisas sobre o que ele pode melhorar, no que ele não precisa mais dar tanta ênfase.

O presidente pediu para o Ministério da Defesa não divulgar o relatório de fiscalização das urnas?

O resultado não foi divulgado porque não está pronto. O trabalho que nós fazemos é para diminuir a possibilidade de fraude. Não aconteceu, mas podia ter acontecido.

Então não aconteceu?

Não sei. É processo de coleta de informações ainda.

O presidente tem sido criticado por dizer que poderia avaliar uma proposta de aumentar o número de cadeiras no Supremo Tribunal Federal após as eleições. Qual a chance de isso avançar?

Essa proposta nunca partiu do presidente. A pauta é do Congresso. Agora, se está tendo essa discussão, os ministros do STF precisam fazer um exercício de autocrítica para saber por que tem gente discutindo isso.

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