Flávio Bolsonaro diz que mansão de R$ 6 milhões foi paga com renda como advogado, mas ele não advoga

Quando a compra do imóvel foi descoberta em 2021, o filho do presidente falou sobre seus ganhos como empresário, mas não citou a parte da advocacia e sua renda como tal

Atualizado em 1 de junho de 2022 às 13:07
Flávio Bolsonaro. Imagem: Reprodução.

Apesar de não existirem registros de processos em que tenha atuado, o senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à Justiça que sua renda como advogado ajudou a pagar parte do financiamento da mansão de R$ 6 milhões, comprada em uma área nobre de Brasília.

Embora Flávio tenha inscrição na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) válida no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, não é possível encontrar processos em que o senador atuou como advogado, nem processos em tramitação nas instâncias superiores com o parlamentar registrado na função.

Em 2021, quando a compra do imóvel foi descoberta, o filho do presidente disse que o dinheiro ganho como empresário possibilitou a aquisição, contudo, não citou a parte da advocacia e nem os recursos recebidos como tal.

A declaração de Flávio veio à tona a partir da defesa protocolada por ele como resposta a uma ação no TJ-DFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios) movida por Erika Kokay (PT), deputada federal.

Na acusação, é questionada a capacidade do senador de obter um financiamento de R$ 3,1 milhões pelo BRB (Banco de Brasília), valor necessário para completar a compra da mansão, que custa exatamente R$ 5,97 milhões.

Para rebater a acusação, a defesa do filho do presidente sinalizou no processo que “a renda familiar dos réus [Flávio e sua esposa, Fernanda Bolsonaro] não está adstrita somente à remuneração percebida pelo réu no exercício da atividade parlamentar, visto que o mesmo atua como advogado, além de empresário e empreendedor, por muitos anos”.

Contudo, após ser questionado sobre sua atividade no direito, Flávio afirmou em nota que: “o processo [no TJDFT] foi movido por uma parlamentar petista, não tem qualquer fundamento e serve apenas como uma tentativa de autopromoção em véspera eleitoral”.

“O banco que concedeu o financiamento [BRB], assim como todas as instituições financeiras no Brasil, segue um rigoroso ‘compliance’ e está sujeito a regras regulatórias e de fiscalização que impedem qualquer irregularidade”, complementou o senador.

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