Senador Flávio Bolsonaro (PL) tem atuado informalmente como uma espécie de líder do governo no Senado, posto que está vago há pouco mais de dois meses, desde a saída de Fernando Bezerra Coelho (MDB), diz O Globo.
Nos corredores do Congresso, ele é tratado como um representante direto de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL). A percepção de que Flávio é um atalho para o gabinete presidencial é tamanha que alguns colegas se queixam de que ele deveria tomar ainda mais a frente das negociações que dizem respeito ao governo.
Pressão aumentou desde que Bezerra Coelho saiu de cena, justamente após perder um embate com o primogênito de Bolsonaro.
A briga que separou o então líder oficial, Bezerra, do informal, Flávio, se deu em torno da disputa por uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU), cuja indicação cabia ao Senado.
Bezerra era candidato ao posto. O filho do presidente, contudo, deixou claro que o favorito do governo era Antonio Anastasia (PSD-MG), que venceu a batalha. Magoado, o então líder entregou o cargo.
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Briga entre Bezerra e Flávio Bolsonaro
Um senador que acompanhou o embate de perto diz que é nessas horas que os parlamentares veem quem realmente fala pelo governo na Casa.
Flávio quase sempre mantém as articulações políticas restritas aos bastidores. Pesa a seu favor a boa relação que nutre com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
Uma das vezes em que Flávio atuou explicitamente pela aprovação de uma matéria foi justamente para apoiar um projeto de Pacheco que facilitava a aquisição de vacinas contra a Covid-19, em fevereiro do ano passado. À época, o governo era criticado pela demora em viabilizar a compra de imunizantes.
Quem desiste primeiro?
— DCM ONLINE (@DCM_online) February 25, 2022