Flávio dá a entender que Bolsonaro foi gravado por deputado no caso da corrupção envolvendo Ricardo Barros

Atualizado em 2 de julho de 2021 às 7:44
Flávio Bolsonaro marca presença na CPI do Genocídio

Flávio Bolsonaro é um poço de dissimulação.

Em entrevista ao Globo nesta sexta, 2, escapa das perguntas sobre corrupção na Saúde como escapa do escândalo da ‘Rachadinha‘, no qual está enrolado até o pescoço.

Diz que Bolsonaro não prevaricou no caso da Covaxin – foi informado do esquema pelo deputado Luís Miranda – porque comunicou o então ministro Eduardo Pazuello.

Registro dessa comunicação?

“Isso acontece muito pelo telefone. “Olha, tem uma denúncia aqui, uma suspeita de irregularidade no contrato tal. Dá uma olhada e vê se tem algo de irregular”. Aí avaliam que não tem nada e falam: “Chefe, a princípio não tem nada”. Não tem por que acusar o presidente Bolsonaro de prevaricação”, diz.

Sobre Bolsonaro ter citado Ricardo Barros como chefe do esquema de propina na compra de vacinas pelo ministério da Saúde, como relatou Luís Miranda, mais evasivas.

“Não sei se já negou”, respondeu. “Estou dizendo que, até agora, não tem nada que comprove isso. É uma tentativa de construir uma narrativa, não há fatos concretos”.

O clã bolsonaro teme o surgimento de uma gravação da conversa, como insinua o deputado Luís Miranda.

Chama a suspensão do contrato com a Covaxin, na verdade uma ‘confissão de culpa’, de “narrativa”.

“É aquela a narrativa, né? Se não suspendem o contrato, vão acusar o presidente ou o governo de estar levando alguma vantagem ou sendo imprudente de não investigar antes de comprar a vacina. Então, a decisão foi de suspender e ver o que que vai aparecer. A princípio, até agora, absolutamente nada. Então, eu, da minha parte, não vejo por que suspender a compra, a não ser que a Anvisa tenha algo contra e não autorize a importação da vacina. Aí é uma questão técnica”.

Então, tá.