Presidente do STF se aproxima de Bolsonaro e comenta sobre Operação Lava-Jato

Atualizado em 13 de junho de 2022 às 8:14
Luiz Fux e Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR

Jair Bolsonaro passou a se aproximar de um integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos meses: o presidente da Corte, Luiz Fux. Membros do Palácio do Planalto afirmam que o chefe do executivo federal tem visto o magistrado com menor resistência e encarado Fux até como “certo aliado”, depois de algumas conversas que tiveram. A comunicação entre os dois, inclusive, passou a ser mais frequente. A informação é do jornal O Globo.

Bolsonaro disse a pessoas próximas que saiu de um bate-papo com o ministro tendo a “nítida impressão” de que, assim como ele, Fux não gostaria de ver o PT retornar ao poder. Procurado, Fux afirmou à coluna que “é um magistrado e que não pode ter lado e nem ideologia política”. “Não tem gosto nem desgosto”, disse. O presidente do Supremo afirmou que qualquer interlocução que estabeleça tem o objetivo de, “nesse momento importante para a democracia do Brasil, ajudar o país a ter um clima de paz”. 

“A minha regra é que, quem ganhar a eleição, leva. Isso é um pilar da democracia. Não tenho nada contra ninguém, mas fui totalmente contra a anulação da Lava-Jato. Acho que a mala de dinheiro existiu, o (ex-gerente da Petrobras) Barusco existiu, tudo que se apurou existiu. O fato de eu achar que tudo isso existiu não significa que eu tenha preferência políticas”, disse Fux.

Na última sexta-feira (10/06), Fux também comentou na mesma direção durante um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará. O presidente do STF disse que “ninguém pode esquecer” que houve corrupção no Brasil e que decisões judiciais na Lava-Jato anulando processos foram tomadas por questões formais. Sem citar nomes, mencionou as malas com R$ 51 milhões, do ex-ministro Geddel Vieira Lima e os US$ 98 milhões que o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco confessou ter desviado e que depois devolveu.

“Ninguém pode esquecer o que ocorreu no Brasil, no mensalão, na Lava Jato. Muito embora tenha havido uma anulação formal, mas aqueles R$ 50 milhões das malas eram verdadeiros, não eram notas americanas falsificadas”

No ano passado, Fux foi voto vencido no julgamento do STF que anulou as condenações da Justiça Federal em Curitiba contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também foi vencido no julgamento que declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial ao condenar o petista na ação do tríplex do Guarujá (SP).

Deflagrada em 2014, a Lava-Jato atingiu como um vendaval as eleições de 2018. Levou à prisão um ex-presidente da República, jogou por terra candidaturas de pesos pesados da política e, para muitos, contribuiu para a vitória de Jair Bolsonaro na corrida presidencial. Passados quatro anos, a operação ainda atrai polêmicas.

Clique aqui para se inscrever no curso do DCM em parceria com o Instituto Cultiva

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link