Garimpeiros ilegais do Pará foram atrás do ouro Yanomami em Roraima

Atualizado em 5 de fevereiro de 2023 às 15:35
Garimpo ilegal na Terra Yanomami em maio de 2020. (Foto: Chico Batata/Greenpeace)

Um grupo que pratica garimpo ilegal no Pará aproveitou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), período em que a fiscalização foi enfraquecida, para estender suas atividades criminosas até áreas próximas das terras Yanomami, em Roraima.

O nome de Nikolas Octavio Ayoub Godoy consta no banco de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) como titular de 16 processos de pesquisa ou permissão de lavra garimpeira (PLG) no estado. Todos foram protocolados a partir de 2020, sendo 13 no ano passado. A maioria das lavras estão situadas em leitos de rio, a cerca de 30km dos Yanomami. As informações são da Folha de S. Paulo.

Antes do governo de Bolsonaro, Godoy já tinha protocolado sete requerimentos na agência, mas todos no Pará e no Amazonas. Dos pedidos referentes ao solo paraense, ele conseguiu permissão para explorar ouro em um: uma lavra de garimpo de pouco menos de 50 hectares em Itaituba, uma das regiões com maior incidência de garimpo ilegal no país. A autorização foi dada em março de 2019.

O responsável técnico desse processo é o geólogo paraense Alain Daniel Lestra, que é autor de um livro sobre a expansão do garimpo na década de 1980. Ele é sócio de Dirceu Frederico Sobrinho, empresário, suspeito de mineração ilegal e dono de ouro apreendido pela Polícia Federal em maio de 2022. Dirceu foi preso em setembro. A FD Gold, empresa de Dirceu é apontada, de acordo com a Folha, como uma das maiores comerciantes de ouro ilegal do Brasil.

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