Garimpo ilegal atinge mais de 13 mil indígenas e vitima outros povos além dos Yanomamis

Atualizado em 26 de janeiro de 2023 às 16:21
Crianças desnutridas atendidas na unidade de saúde Surucucu, na Terra Indigena Yanômami, em Roraima
Foto: Reprodução/UOL

Com os problemas de destruição, fome e crise sanitária produzidos como resultado do garimpo ilegal, que assolam os povos Yanomâmis, de Roraima, ao menos, 13.161 indígenas que vivem em outros cinco territórios reservados do Pará e do Amazonas, também estão sendo atingidos por esses problemas. Os povos indígenas mais impactados são: Kayapó, Munduruku e os Yanomâmis.

As organizações que atuam na região acreditam que o número total de indígenas impactados pela exploração ilegal de ouro, uma das maiores causadoras dos problemas, pode acabar se tornando ainda maior. Sem a assistência do Estado, os índios foram cercados pelo garimpo ilegal

“Toda população indígena é, em alguma medida, afetada pela atividade porque se tratam de impactos de ordem sistêmica, que transbordam os territórios”, informou a antropóloga Luísa Molina, do Instituto Socioambiental (ISA). A cientista ainda falou sobre os os danos causados.

Segundo as informações da plataforma Terras Indígenas do Brasil, do ISA, as regiões afetadas pelo garimpo ilegal são as terras dos povos: Munduruku, com 6.518 pessoas; Sai Cinza, com 1.739 pessoas; Kayapó, com 4.548 pessoas; Baú, com 188 pessoas; Sawré Muybu, com 168 pessoas.

Neste fim de semana, o governo federal anunciou uma ação emergencial na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, incluindo uma força-tarefa com servidores do Sistema Único de Saúde (SUS). A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar possível crime de genocídio.

O Ministério dos Povos Indígenas afirmou que entregou ao governo federal um “mesmo plano de ação de retirada de invasores”, que inclui territórios indígenas em Rondônia, no Maranhão e no Pará.

A pasta, fundada no novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alegou, no entanto, que “devido à grave crise humanitária e sanitária enfrentada na TIY [Yanomami], esta é a prioridade no momento”. O Ministério Público Federal (MPF) disse que a situação dos indígenas se criou na omissão do Estado. 

A crise sanitária e alimentar na comunidade indígena veio à tona na semana passada, quando o petista viajou até Boa Vista, a capital do estado, para poder ver de perto a dramática e trágica situação dos índios, abandonados pelas políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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