Gaza está “inabitável” após ataques de Israel, diz ONU

Atualizado em 31 de janeiro de 2024 às 15:27
Cratera formada em rua da Faixa de Gaza. Foto: Mohammed Salem/Reuters

Os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza durante a guerra contra o Hamas transformaram o território palestino em um lugar “inabitável” segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). A avaliação consta em relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês)

“O nível de destruição da operação militar tornou Gaza inabitável”, diz o documento divulgado nesta quarta (31). Observadores internacionais têm avaliado as condições da região para determinar a escala exata do desastre. A situação já havia sido descrita como “apocalíptica” por Josep Borell, chefe da diplomacia europeia.

Em novembro do ano passado, o relator especial da ONU para moradia, Balakrishnan Rajagopal, afirmou que “45% das unidades habitacionais em Gaza haviam sido destruídas ou danificadas pelo ataque israelense”.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 26,7 mil pessoas foram mortas e 65 mil feridas desde o início dos ataques israelenses. Além dos óbitos, há danos a infraestruturas, falta de água, combustível, eletricidade e equipamentos, que afetam hospitais da região.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), apenas sete dos 24 hospitais do norte de Gaza continuam abertos, mas funcionando parcialmente. No sul da região, somente sete dos 12 hospital operam parcialmente.

Ataque israelense a um hospital na Faixa de Gaza deixou cerca de 500 vítimas em outubro de 2023. Foto: Reprodução

Observadores internacionais têm enfrentado dificuldade para calcular os danos exatos causados na região. Emily Tripp, diretora da Airwars, ONG que investiga vítimas civis de conflitos armados, afirma que muitos jornalistas morreram ou deixaram a região durante o conflito, o que dificulta a analise dos bombardeios por meio de imagens e dados.

“Quando você mata as pessoas que documentam e testemunham os danos causados por cada ataque, você também impede a possibilidade de fazer um balanço e identificar os criminosos”, afirma Tripp.

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