Genocídio em Gaza: operação israelense em hospital deixa 400 mortos

Atualizado em 31 de março de 2024 às 19:22
O Hospital Al-Shifa, maior da Faixa de Gaza. Foto: Doaa Rouqa/Reuters

O Governo de Gaza afirmou neste domingo (31) que, nas duas semanas da operação militar do exército israelita no hospital Shifa, 400 pessoas morreram, enquanto o número de mortos de quase seis meses de guerra se aproxima dos 32.800.

Pelo menos 77 pessoas morreram em bombardeamentos do exército de Israel nas últimas 24 horas, pelo que ascendem a 32.782 as vítimas mortais durante a guerra na Faixa de Gaza, onde se estima que pelo menos 7.000 corpos estejam debaixo dos escombros.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 108 pessoas ficaram feridas no último dia, aumentando para 75.298 o total de feridos.

“O exército de ocupação israelita cometeu crimes ao destruir, queimar e atacar 1.050 casas nas imediações da infraestrutura hospitalar Shifa, matando mais de 400 mártires e prendendo e torturando centenas de pacientes e pessoas deslocadas”, indicou, em comunicado, a porta-voz do governo da Faixa de Gaza.

As forças armadas de Israel mantêm há duas semanas uma operação militar dentro do hospital Shifa, onde está a “travar combates corpo a corpo” com combatentes do Hamas.

Segundo o exército, a operação já resultou na morte de cerca de 200 supostos combatentes e foram interrogados 800 suspeitos, dos quais 500 dizem serem membros do Hamas e da jihad islâmica.

O governo de Gaza afirma que dentro do hospital encontram-se 107 pacientes “em condições desumanas, sem água, medicação, comida ou eletricidade”, incluindo 30 pacientes com deficiência e cerca de 60 profissionais de saúde.

“A ocupação impede todas as tentativas de transferir os pacientes através de organizações internacionais, o que coloca em risco as suas vidas”, disse.

Já o Hamas condenou “o silêncio internacional perante este crime” e responsabilizou a comunidade internacional, em particular a administração norte-americana, de fornecer armas e apoio a Israel para “continuar esta guerra genocida”.

Israel já havia atacado área externa do Hospital Al-Shifa no ano passado. Foto: Reprodução

O governo islamista também denunciou hoje que Israel bombardeou tendas de campanha onde se encontravam jornalistas e deslocados nas imediações do hospital Mártires de Al Agsa, no centro da Faixa de Gaza, num “novo massacre” que causou “mortos e feridos” que estão ainda por contabilizar.

Além dos bombardeamentos, também a fome tem provocado a morte de várias pessoas na Faixa de Gaza, especialmente no norte da região, onde as necessidades humanitárias são mais prementes e onde, nas últimas horas, morreram quatro pessoas à fome, incluindo crianças, no hospital Camal Adwan de Beit Lahia, acrescentou.

O número de mortos por desnutrição e desidratação, que começaram a ser contabilizados em janeiro, ascende a 34, dos quais 31 são crianças, a maioria bebés, segundo os dados do Ministério da Saúde, citados pela agência oficial palestina Wafa.

A agência informou ainda que 13 cidadãos morreram em bombardeamentos em Jan Yunis, no sul da região, onde se ouviram fortes explosões, uma das quais num ataque contra um grupo de pessoas no bairro de Bani Suhaila.

Em Al Mawasi, a oeste de Jan Yunis, uma mãe e um filho morreram num ataque de artilharia israelita contra a sua casa, assinalou a Wafa.

No centro da Faixa de Gaza, as forças israelitas bombardearam um edifício residencial em Al Assira, localidade a noroeste do campo de refugiados de Nuseirat, acrescentou.

O exército israelense informou hoje que as atividades tanto no centro de Gaza como na região de Jan Yunis permitiram “eliminar” cerca de 15 combatentes em cada uma das zonas.

Publicado originalmente na Agência Brasil

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