George

Atualizado em 16 de junho de 2013 às 15:39
George, em 1965

Recebi do meu mano Kiko, em visita a Londres com sua família linda, um presentaço: o documentário de Scorcese sobre George Harrison.

É longo, e vimos ontem parte. A primeira, com a infância e a juventude de George. A alegria dos anos iniciais dos Beatles, e depois o cansaço com as consequências da fama. Os Beatles no palco eram uns em 1964, e outros em 1967. “É preciso ter dinheiro para saber que dinheiro não é a resposta”, disse George, como um Sêneca.

Muitas coisas novas no documentário. Scorcese é Scorcese.

Paul conta que foi George quem fez o riff de And I Love Her. Você não pode imaginar aquela música sem o riff de George.

George, num vídeo, contava que quando conheceu John ele tinha uma guitarra apenas com quatro cordas, e achava que era assim mesmo.

Kiko, Marília, Davi (de vermelho) e Antônio em Heathrow

Há momentos de tristeza imensa. Astrid, a linda fotógrafa alemã de Hamburgo que imortalizou os Beatles jovens com imagens belíssimas, conta que John foi visitá-la com George depois da morte de Stu. Stu foi o primeiro baixista dos Beatles, e numa excursão a Hanburgo eles se apaixonaram. Stu, que também era pintor, acabou ficando com ela. Não voltou a Liverpool. Morreu logo depois de um AVC quando tinha pouco mais de 20 anos. John era louco por Stu, e ficou arrasado. Pediu a Astrid que o levasse ao quarto em que Stu pintava. Chegou lá, sentou e começou a chorar. George ficou por perto do amigo para ampará-lo.

Astrid fotografou-os, e as imagens – inéditas até agora – estão no documentário.

Mas a marca maior dos Beatles inicialmente era o humor.

George, num vídeo, explica como começou a compor. No início, as músicas eram apenas de John e Paul. “Se o Paul e o John podiam compor, qualquer pessoa podia”, lembrou ele, rindo, anos depois.

Lol.

Paro aqui porque vou terminar de ver. Quer dizer, depois de enfrentar meu afilhado Davi no pingue-pongue na mesa improvisada aqui do apartamento.

George. Para sempre.