Publicado originalmente no blog do autor:
POR MOISÉS MENDES
Coitado do foragido Carlos Ghosn, o sujeito denunciado por roubar da Nissan, que acusa os juízes japoneses de tortura e arbitrariedade.
Ghosn merecia o tratamento de um juiz imparcial, impessoal, isento, legalista, humanista e não-coercitivo como Sergio Moro.
Ghosn deveria conhecer as masmorras de Curitiba, as prisões preventivas intermináveis, os prêmios para delatores, a imposição de um juiz de primeira instância sobre ministros do Supremo, as escutas ilegais, os conluios entre procuradores e juiz, as condenações por convicção sem provas, a pressa inédita da segunda instância para reafirmar sentenças.
Ghosn deveria ter a chance de se submeter à estrutura lavajatista de Curitiba, antes de se queixar da cadeia de luxo de Tóquio.
Ghosn deve saber que um juiz japonês, mobilizado por um processo que envolve a Nissan, nunca seria, depois de expedir sua sentença, um alto funcionário da própria Nissan.
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