Globo incentiva Patrícia Poeta a maltratar o colega negro Manoel Soares. Por Nathalí

Atualizado em 29 de abril de 2023 às 13:30
Manoel Soares e Patrícia Poeta. Foto: Reprodução

A Rede Globo adora surfar na onda do movimento antirracista quando lhe convém, mas, volta e meia, mostra qual é a sua verdadeira concepção sobre o lugar das pessoas pretas na sociedade – a começar pela sua grade de atrações.

Patrícia Poeta, que tem comandado o “Encontro” junto com o apresentador Manoel Soares após a saída de Fátima Bernardes, se envolveu em uma polêmica após cortar a fala do colega de palco – um homem negro – e voltar a fazê-lo mesmo depois de uma enxurrada de críticas nas redes sociais.

Após rumores de que o apresentador seria tirado do programa, a Globo negou – não seria tão burra em demitir Manoel Soares e escancarar ainda mais sua vista grossa para o racismo velado de Patrícia Poeta.

O fato é que a apresentadora, supostamente em crise com a Globo, vai ganhar um novo programa na grade da emissora: se toda crise fosse assim…

Segundo a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, a famosa vai comandar um reality show envolvendo o mundo da moda, que foi sugerido por ela mesma.

Quer dizer: você silencia um colega negro em rede nacional, se explica mal e em vez de sofrer consequências, ganha um programa novo que você mesma sugeriu – um dos melhores presentes para uma apresentadora, que tem a oportunidade de escolher em que nicho vai trabalhar.

E o pior é que eu apostaria que, quando a poeira baixar, Manoel Soares será colocado no lugar que a Globo relega às pessoas pretas: o ostracismo, o apagamento, o silêncio.

Não adianta, dona Globo, colocar pessoas negras de todos os tons no seu reality show enquanto procede com injustiça diante de um funcionário preto.

É um desrespeito a Manoel Soares, que foi silenciado mais de uma vez, ver a colega racista ganhando programa novo e, muito provavelmente, ter que ouvir da emissora que não se manifeste sobre o incidente racista.

A Globo não sabe surfar a onda dos movimentos – sejam de raça ou gênero – porque não admite tornar seu espaço de fato diverso: prefere maquiar as próprias raízes preconceituosas de quem apoiou uma ditadura com cota negra em reality show – ou: me poupe.

Sorte que seu público é burro pra cac*te.

Patrícia Poeta e Manoel Soares apresentando o Encontro. Foto: Reprodução
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