Golpista como Bolsonaro, Lira lança suspeita sobre institutos de pesquisa e pede “medidas legais”

Atualizado em 22 de setembro de 2022 às 13:40
Arthur Lira (PP)
Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados

Nesta quinta-feira (22), o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), usou um discurso semelhante ao do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao citar os “resultados divergentes” das pesquisas de intenção de voto. Em publicação nas redes sociais, ele insinuou haver manipulação dos dados e defendeu “medidas legais” para punir institutos que “erram demasiado ou intencionalmente” para prejudicar candidatos.

“Nada justifica resultados tão divergentes dos institutos de pesquisas. Alguém está errando ou prestando um desserviço”, afirmou. “Urge estabelecer medidas legais que punam os institutos que erram demasiado ou intencionalmente para prejudicar qualquer candidatura.”

“Não podemos permitir que haja manipulações de resultados em pesquisas eleitorais. Isso fere a democracia”, complementou, sem apresentar provas de nenhuma pesquisa que tenha sido manipulada.

Pouco tempo depois, com a repercussão negativa da declaração, Lira voltou a usar seu Twitter para, desta vez, se defender. “Não acusei nenhum instituto de manipular pesquisa. Apenas, como milhares de brasileiros, não entendo tantas divergências de números. Devemos agir dentro da legalidade para evitar manipulações. Quem vestiu a carapuça precisa se explicar”, publicou.

As contestações ocorrem em um cenário em que pesquisas de institutos como Datafolha e Ipec colocam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente de Bolsonaro. O ataque de Lira às pesquisas, sem citar nenhum dos institutos dos quais desconfia, ocorre também em um momento de violência contra pesquisadores que fazem o trabalho de campo, principalmente por parte de bolsonaristas.

Na última terça-feira (20), um pesquisador do Datafolha foi agredido com chutes e socos por um apoiador do presidente em Ariranha (a 378 km de São Paulo). O instituto tem relatos de pessoas que acusam o Datafolha de ser “comunista”, ou que tentam filmar os entrevistadores como forma de intimidá-los. Houve casos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A pesquisa Datafolha da última quinta-feira (15) mostrou o petista com 45% das intenções de voto, estável. O atual presidente oscilou negativamente de 34% para 33%. Em terceiro lugar, empatados tecnicamente, vêm Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 5%.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link