Governo Bolsonaro jogou 28 milhões de vacinas no lixo e gerou prejuízo de R$ 250 milhões

Atualizado em 18 de março de 2023 às 7:54
Mão segurando vacina
Imunizantes contra diversas doenças passaram do vencimento – Foto: Agência Brasil

Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde mostrou que 28.604.735 doses de diversas vacinas foram descartadas por passarem do prazo de validade. O desperdício de imunizantes, que venceram entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, gerou um prejuízo de R$ 250 milhões aos cofres públicos.

“Quando fomos fazer uma análise dos estoques, devido à validade muito próxima, foi impossível distribuir e fazer qualquer utilização delas”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, destacando que muitas doses venceram em janeiro e fevereiro deste ano.

Esse número chega a dobrar quando são somadas as 39 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 que também passaram do vencimento e foram jogadas no lixo. No total, o prejuízo é de R$ 2,3 bilhões, considerando os imunizantes desperdiçados e os custos com incineração.

“É importante dizer que essas informações foram solicitadas pela equipe de transição. Mas infelizmente nós tivemos uma transição do governo que não trabalhou de forma alinhada, e nós não tivemos informação dessas vacinas, dos estoques, do que tinham, de data de validade, anterior, porque isso foi pedido em outubro de 2022. Se nós soubéssemos antes, o governo teria um plano para o que fazer”, continuou Maciel.

Segundo o G1, a BCG, que previne a tuberculose, foi a vacina mais desperdiçada e teve 11.809.800 doses vencidas. As outras doses que foram descartadas após o vencimento preveniam são de imunizantes como a dupla, tríplice e tetra viral, a pentavalente, a febre amarela, a influenza e a poliomelite.

Mão segurando vacina
Desperdício de imunizantes causou prejuízo aos cofres públicos – Foto: Agência Brasil

A falta de imunizantes e o desperdício ocasionou problemas na distribuição de algumas vacinas em determinados estados e municípios. “O impacto disso é grande, porque nós estamos preocupados, no médio prazo, com algumas doenças, principalmente o sarampo e a poliomielite. Nós temos um risco real de circulação do vírus, e, no caso da poliomielite, de reintrodução do vírus no Brasil”, ressaltou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

De acordo com a GloboNews, cinco estados e duas capitais já enfrentam problemas de abastecimento. Como o Tocantins, com a Tríplice Viral e a Tetra Viral, e Maceió, com a BCG. A estimativa do Ministério da Saúde é que os estoques sejam normalizados até abril e reforçar campanhas por todo o Brasil em conjunto com estados e municípios.

O canal de notícias tentou contato com os três ministros da Saúde de 2019 a 2022. Luiz Henrique Mandetta declarou que as compras de imunizantes são feitas com base no público-alvo estimado no censo demográfico e nos dados recebidos das cidades. Já Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga não se manifestaram.

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