Governo demite diretor do MEC investigado, aliado de Lira, por desvios em kits de robótica

Atualizado em 5 de junho de 2023 às 11:14
Alexsander Moreira, funcionário comissionado do MEC desde 2016, teria participação em esquema de compra de kits robótica. (Foto: Reprodução)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou Alexsander Moreira, agora ex-diretor de Apoio à Gestão Educacional da Secretaria de Educação Básica do MEC (Ministério da Educação). A exoneração foi publicada na edição desta segunda-feira (5) do DOU (Diário Oficial da União), mas a decisão é válida desde 1º de junho.

Alexsander é um dos alvos da Polícia Federal (PF) na operação que investiga fraudes e lavagem de dinheiro na venda de kits de robótica para escolas em Alagoas. O setor no qual ele trabalhava é responsável por avaliar o cumprimento de metas do PNE (Plano Nacional de Educação) pelos municípios e recomendar o repasse de verbas.

Moreira teria envolvimento no desvio de dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Entre 2019 e 2022, licitações de kits robótica foram feitas para 43 municípios em Alagoas com dinheiro do FNDE, ligado ao MEC.

Além do envolvimento com licitações fraudulentas, o investigado possui forte proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele atuou como coordenador de redes de infraestrutura educacional durante a gestão do ex-capitão. No atual governo, chefiado por Lula, ele virou diretor de Gestão Educacional. Moreira também é apontado como aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Imagem: Reprodução

A PF aponta a empresa Megalic como principal companhia que teria participado do esquema. A empresa é fornecedora dos equipamentos de robótica para as prefeituras do estado de Alagoas.

Nas investigações, a PF descobriu que Alexsander teve mais de R$ 737 mil em movimentações financeiras consideradas suspeitas. Parte dessas movimentações são depósitos em dinheiro vivo em suas contas, realizados entre outubro de 2021 e novembro de 2022.

Alexsander recebeu três depósitos que chamaram a atenção da PF. O autor dos pagamentos foi um homem cuja empresa foi representada por Edmundo Catunda, sócio da Megalic.

Além das movimentações suspeitas, o diretor afastado do MEC trabalhou durante dois anos na Pete, a fornecedora dos equipamentos robóticos da Megalic.

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