Governo Lula cortou verba da Jovem Pan por causa de fake news, diz Pimenta

Atualizado em 14 de março de 2024 às 6:54
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante participação no programa Pânico, da Jovem Pan. Foto: reprodução

O Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT-RS), disse que tomou a decisão de cortar a verba publicitária destinada à Jovem Pan devido à disseminação de fake news pela emissora, conforme informações da Folha de S.Paulo.

Segundo Pimenta, essa ação está alinhada com os entendimentos do Tribunal de Contas da União (TCU), embora não haja uma decisão específica que mencione a emissora.

A Jovem Pan foi excluída das primeiras iniciativas publicitárias durante a gestão Lula (PT). No entanto, em dezembro, a emissora recebeu aproximadamente R$ 90 mil da Secom para veicular jingles da campanha de fim de ano do governo federal.

Recentemente, a emissora tornou-se alvo de investigação pelo Ministério Público Federal (MPF) devido à presença de comentaristas bolsonaristas que promoveram teorias golpistas relacionadas às urnas eletrônicas.

Em novembro de 2022, a Jovem Pan também teve a monetização de seus vídeos no YouTube suspensa devido a “repetidas violações das políticas contra a desinformação em eleições”, embora essa medida tenha sido revertida recentemente.

“Não foi por uma decisão política, existe uma recomendação do TCU, a partir de um encaminhamento sobre veículos que propagavam fake news. Portanto nós simplesmente seguimos a orientação e a regra dessa recomendação de evitar a vinculação de conteúdo”, disse Pimenta à Folha.

“Como foi aberta investigação específica sobre a questão da Jovem Pan, inclusive depois do 8 de janeiro, por conta dessa vedação, nós nos sentimos sem possibilidade de manter a empresa no plano de mídia”, acrescentou.

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O Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT-RS). Foto: reprodução

Sobre a participação da emissora em uma campanha publicitária da Secom em dezembro, Pimenta explicou dizendo que não há um veto para anunciar na empresa, apenas uma recomendação.

“Não há uma vedação, há uma recomendação, uma orientação”, disse o ministro. “Se uma agência, se um ministério, entende que para uma determinada a campanha a Jovem Pan… Não tem nenhuma vedação nesse sentido”.

Vale destacar que durante os quatro anos da gestão bolsonarista, a Jovem Pan, rede de rádio e TV, estabeleceu contratos com o governo que totalizaram R$ 18,8 milhões, conforme informações divulgadas pela Secom sobre as campanhas do governo e ministérios.

A soma, no entanto, não inclui os valores referentes a anúncios de bancos e empresas estatais, como a Petrobras, os quais foram mantidos em sigilo com a justificativa de proteger estratégias empresariais.

No mês de janeiro, o Ministério Público Federal de São Paulo iniciou um inquérito civil público com o objetivo de investigar possíveis violações de direitos e abusos por parte da Jovem Pan. A investigação foca na veiculação de conteúdos desinformativos sobre o funcionamento das instituições brasileiras, que possuem potencial de incitar à violência e a atos antidemocráticos.

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