Governo Lula quer atrelar investimentos em educação e saúde a gasto mínimo por habitante

Atualizado em 9 de abril de 2023 às 19:51
Lula em reunião sobre novo arcabouço fiscal
Lula (PT) em reunião sobre novo arcabouço fiscal. (Foto: Ricardo Stuckert)

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda atrelar os gastos em saúde e educação à uma regra de gasto por habitante. Dessa forma, os gastos nessas duas áreas ficariam menos sujeitos à variação dos ciclos de alta e desaceleração da economia.

A ideia é ter uma regra que possibilite um crescimento real (acima da inflação) para gastos em saúde e educação. O assunto está sendo discutido com o anúncio do novo arcabouço fiscal, que depois de aprovado vai revogar o teto de gastos.

No projeto, anunciado no fim do mês passado, o crescimento anual das despesas com investimentos tem como teto 70% da variação da receita líquida do governo do acumulado dos últimos 12 meses. No entanto, se a arrecadação do governo subir muito, os gastos em saúde e educação vão acompanhar no mesmo ritmo, o que pode influenciar no espaço de outras despesas.

Fernando Haddad de terno e gravata azuis e camisa branca, falando e gesticulando
Fernando Haddad é o Ministro da Fazenda. (Foto: Agência Brasil)

Na área de saúde, o piso previsto na Constituição é vinculado a 15% da chamada receita corrente líquida. Já na de educação, está atrelado a 18% da receita de impostos. Desde 2017, os dois pisos foram corrigidos apenas pela inflação (IPCA) durante o teto de gastos.

De acordo com o Estadão, o governo de Lula vai recompor em cerca de R$ 30 bilhões os recursos para as duas áreas. Essa será uma forma de compensar as perdas dos últimos 5 anos e também uma maneira de blindar os recursos e não permitir que haja acusação de que a regra está mudando para caber na nova regra fiscal.

Na avaliação dos especialistas, a desvinculação dos gastos em saúde e educação à receita protege os recursos da área quando a economia estiver em uma fase ruim. Assim, a população não perde recursos quando mais precisa, como em uma crise econômica.

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