Governo Milei anuncia retirada de benefícios de quem bloquear ruas em protestos

Atualizado em 18 de dezembro de 2023 às 19:45
Sandra Petovello, ministra do Capital Humano e Javier Milei, presidente da Argentina. Reprodução

O governo do recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, divulgou nesta segunda-feira, 18, uma série de  medidas para reprimir as futuras manifestações, comprometendo-se a retirar benefícios sociais daqueles que bloquearem vias durante protestos.

O anúncio foi feito por meio de uma mensagem gravada pela ministra de Capital Humano, Sandra Pettovello, dois dias antes de uma convocação nacional para protestos marcados para o dia 20 de dezembro, data que recorda o massacre da Plaza de Mayo e que este ano seria direcionado contra as políticas econômicas do novo governo.

“Protestar é um direito, mas circular também é”, disse Sandra.

A ministra, responsável por uma pasta que reúne os ministérios do Trabalho, Desenvolvimento Social, Educação e Cultura, dirigiu-se especialmente às mães e pessoas de baixa renda que recebem benefícios sociais, assegurando que não precisam se preocupar com possíveis cortes caso não participem dos protestos.

“Queremos tranquilizar os beneficiários dos programas sociais. Eles devem saber que ninguém pode obrigá-los a protestar sob a ameaça de perder o benefício”, destacou Pettovello. “Por esse motivo, suspenderemos o controle de presença fornecido pelas organizações sociais”.

Militares argentinos convocados para reprimir os protestos populares contra Milei. Reprodução

Ela reiterou que apenas aqueles que participarem dos protestos e bloquearem ruas deixarão de receber os benefícios, citando as palavras do presidente: “Quem bloqueia não recebe”.

A ministra expressou preocupação especialmente com as mães que participam dos protestos com seus filhos, considerando desnecessário expô-los ao calor e à violência dessas manifestações.

O anúncio, divulgado em um vídeo com menos de 3 minutos, foi publicado no mesmo dia e havia sido antecipado pelo porta-voz do presidente, Manuel Adorni, durante sua coletiva de imprensa habitual após a reunião de gabinete.

Em outra frente, na quinta-feira passada, a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, apresentou um protocolo de segurança para evitar bloqueios de ruas, vias e pontes em manifestações na cidade de Buenos Aires, que é o epicentro dos grandes protestos na Argentina.

Ambos os anúncios fazem parte da abordagem de “quem faz, paga” que Milei vem defendendo ao longo de sua campanha.

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