Greve geral: funcionários do Metrô, CPTM e Sabesp agendam paralisação para amanhã

Atualizado em 27 de novembro de 2023 às 13:28
Funcionários públicos devem fazer greve contra a privatização na terça-feira. Foto: reprodução

Trabalhadores do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da Fundação Casa e da Sabesp devem realizar uma nova greve unificada na próxima terça-feira (28), em São Paulo. O movimento é um protesto contra a política de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e também se posiciona contra os cortes na educação no Orçamento do estado.

As entidades sindicais reivindicam não apenas a revogação das privatizações, mas também a realização de um plebiscito para discutir o tema e a reintegração de funcionários demitidos. Metrô e CPTM, responsáveis pelo transporte diário de cerca de 4,2 milhões de passageiros, terão suas operações afetadas pela greve.

Uma assembleia está programada para esta segunda-feira (27), às 16h, em frente à Câmara de Vereadores, para confirmar a paralisação geral. As linhas que devem ser afetadas incluem quatro do Metrô (1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata/monotrilho) e cinco da CPTM (7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade). As linhas privatizadas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, além da 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, operarão normalmente.

O anúncio da greve unificada levou ao adiamento do Provão Paulista, novo formato de vestibular para estudantes do ensino médio, que estava agendado para os dias 28 e 29 de novembro. O governo Tarcísio de Freitas, em nota, considerou a paralisação motivada por interesses “exclusivamente políticos” e destacou que a greve prejudicará cerca de 1,2 milhão de estudantes inscritos para as provas. O Provão foi remarcado para os dias 29 e 30 de novembro, 1º e 4 de dezembro, respectivamente, impactando o cronograma dos estudantes do 1º, 2º e 3º anos do ensino médio.

Funcionários do Metrô de São Paulo em greve. Foto: reprodução

Protestos de outubro 

A greve planejada tinha uma duração prevista de 24 horas, começando à meia-noite e terminando às 23h59 do dia 3 de outubro. O Metrô de São Paulo foi reaberto na manhã do dia 4.

Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, destacou que a greve daquele dia recebeu apoio tanto dos funcionários quanto da população, demonstrando a força das categorias. Os metroviários também sugeriram a preparação de novas ações de mobilização envolvendo outras categorias.

Na ocasião, a Justiça de São Paulo multou os sindicatos dos trabalhadores da CPTM e do Metrô em R$ 3,5 milhões, devido ao descumprimento da decisão que exigia o funcionamento de 100% dos serviços nos horários de pico. A multa estava estimada em R$ 500 mil e seria dividida entre os três sindicatos da CPTM.

Durante o caos em São Paulo, os trens da linha 9-Esmeralda apresentaram falhas no sistema elétrico e pararam no meio do caminho. A recorrência de problemas deste tipo na linha privatizada contribuíram para que a população estivesse ao lado dos movimentos grevistas.

A primeira paralisação da linha privatizada aconteceu logo após o governador de São Paulo defender a desestatização do transporte público. “Quais são as [linhas] que estão em funcionamento hoje? As que foram transferidas para a iniciativa privada. Essas linhas não estão deixando o cidadão na mão”, disse Tarcísio, antes de ser contradito pela própria privatização.

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