Guedes é detonado por membros do governo: “Usa regras de 1970”

Atualizado em 3 de março de 2022 às 14:37
Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes.
Foto: REUTERS/Adriano Machado

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem sido amplamente criticado por membros do governo. Ele é acusado de “enrolar” e “segurar” propostas para conter o aumento do preço dos combustíveis. A comparação, inclusive, é de que ele tem tomado atitudes para a economia que eram feitas nos anos 70;

“E agora Paulo Guedes está enrolando, ele é contra o fundo e não deixa a coisa andar”, disse um ministro sob a condição de anonimato. Quatro integrantes da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) ouvidos pela jornalista Mônica Bergamo afirmaram que há uma pressão para que Guedes acelere medidas que possam conter um aumento explosivo no preço dos combustíveis causado pela invasão da Rússia à Ucrânia.

Para um parlamentar governista, o ministro trabalharia “com uma cartilha dos anos 1970 para problemas do século XXI, em que enfrentamos uma pandemia e agora até mesmo uma guerra”.

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Guedes teria se comprometido a adotar medidas “drásticas”

Segundo os relatos, antes da crise ucraniana, o ministro teria se comprometido a adotar medidas “drásticas” caso o preço do barril de petróleo chegasse a US$ 100 (R$ 503). A principal delas seria a criação de um fundo estabilizador de preços dos combustíveis. Com o início do conflito, o preço do barril já chegou perto dos US$ 120 (R$ 604) e Guedes ainda não fez nada.

Outro integrante afirmou: “Estamos pressionando para que ele tome uma atitude. Sempre defendi Paulo Guedes, mas até eu estou agora contra a atitude dele”.

Já um dos colegas de Guedes defendeu a intervenção de Bolsonaro. Ele disse que o chefe da Economia estaria esperando a guerra acabar e os problemas se resolverem por conta própria. “O governo precisa intervir, e ele está segurando. É hoje o nosso grande drama”, declarou.

O que querem os membros do governo

Os integrantes do governo que falaram com Mônica Bergamo querem a criação do fundo para equalizar preços. Isso alimentaria o subsídio para os combustíveis em momentos de explosão de preços com recursos recebidos do governo – por meio do próprio setor de exploração de petróleo e gás.

Porém, a possível medida sempre sofreu resistência da equipe econômica e foi apelidada de “PEC kamikaze”.

Paulo Guedes seria contra o fundo porque, computado como despesa, o subsídio estouraria o teto de gastos imposto por lei ao governo.

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