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POR GILBERTO MARIGONI
Há exatos 75 anos era liberado o campo de Auschwitz, complexo de 40 centros de concentração e extermínio localizado na Polônia. A vitoriosa operação foi empreendida pelo Exército Vermelho, que três meses depois tomaria Berlim, selando a derrota do nazismo e o fim da II Guerra Mundial.
A URSS emergiu como a grande vitoriosa do conflito, ganhando forte autoridade moral e política diante do mundo. Sua contribuição às causas libertárias continuaria nas décadas seguintes, através do apoio às lutas pela descolonização de países da África e da Ásia.
Era algo absolutamente intragável para o novo imperialismo que surgia na América do Norte. A principal tarefa de Washington, a partir de 1947, foi o de buscar desmoralizar e desafiar militarmente a União Soviética e a direção comunista.
A máquina de propaganda montada a partir daí demonizava não apenas o “inferno vermelho”, a versão mais tosca da guerra ideológica, como tentava igualar socialismo e nazismo. Era a versão teoricamente mais sofisticada da campanha anticomunista, que logo se tornou indústria. Esse último empreendimento contou com a formulação e o apoio até mesmo de liberais de centroesquerda.
Não existia ainda o “conceito” de fake news. Mas o aparato montado em todas as mídias viera para confundir e não para explicar.
Auschwitz é um marco para que nunca mais a humanidade viva algo semelhante.
Nem mesmo no Brasil.
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