Harvard cede a pressão e reitora é obrigada a renunciar acusada de antissemitismo

Atualizado em 2 de janeiro de 2024 às 17:38
Claudine Gay, ex-reitora de Harvard. Foto: reprodução

Claudine Gay, então reitora da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, anunciou sua renúncia ao cargo nesta terça-feira (2). A decisão acontece em meio a crescentes pressões decorrentes de reações negativas a suas declarações acusadas de antissemitismo durante uma audiência no Congresso, relacionada ao conflito Israel-Hamas, além de acusações de plágio em sua carreira acadêmica.

Gay, primeira mulher negra a ocupar a posição de reitora em Harvard, divulgou uma carta no site da universidade explicando sua decisão. No texto, ela expressa que, após discussões com colegas, ficou evidente que sua renúncia é do “melhor interesse de Harvard”. O objetivo é permitir que a comunidade navegue por esse período desafiador focando na instituição, e não na figura individual.

A reitora, que ocupou o cargo por cerca de seis meses, afirmou que retornará ao corpo docente, retomando suas atividades de ensino e pesquisa. Alan M. Garber assumirá como presidente interino até a escolha de um novo reitor.

A ex-reitora também afirmou que tem disso estressante que as pessoas tenham colocado em dúvida seus compromissos em combater o ódio e se ater ao rigor acadêmico, que são “dois valores fundamentais para quem eu sou, e é assustador ser objeto de ataques pessoais e ameaças motivados por preconceito racial”.

O episódio crítico para a renúncia de Gay ocorreu durante seu depoimento perante um comitê da Câmara dos EUA sobre antissemitismo. Juntamente com outras reitoras, ela se recusou a responder “sim” ou “não” à pergunta de uma congressista republicana sobre se pedir o genocídio de judeus violaria códigos de conduta de ensino.

Fachada da Universidade de Harvard. Foto: reprodução

As reitoras alegaram a necessidade de equilibrar a proibição desse tipo de discurso com as proteções à liberdade de expressão de alunos, professores e demais funcionários. Essa resposta desencadeou pedidos de legisladores para que fossem removidas de seus cargos.

A pressão contra Gay intensificou-se em dezembro, coincidindo com a renúncia de Mary Elizabeth Magill, reitora da Universidade da Pensilvânia, um dia antes de uma reunião do conselho de administração que discutiria sua permanência no cargo.

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