Holocausto: Por que Israel mata as crianças palestinas. Por Edward Magro

Atualizado em 1 de novembro de 2023 às 13:52
Mulher palestina carrega criança na Faixa de Gaza após ataques israelense. Foto: Mahmud Hams/AFP

A Unicef publicou ontem, dia 31/10, relatório, em tudo, aterrador: entre 10 e 30 de outubro, em apenas 20 dias, o Estado de Israel já havia assassinado 3.450 crianças, repito, três mil e quatrocentos e cinquenta crianças!

Esses são números oficiais, compilados a partir de relatórios produzidos por hospitais, corpos de crianças que foram identificados pelos serviços de saúde e, portanto, não estão incluídas aí crianças que se encontram soterradas sob os escombros da destruição quase total das cidades de Gaza; também não estão incluídos os assassinatos cometidos ontem e hoje. Portanto não é incorreto dizer que mais de 5.000 crianças já foram exterminadas, até hoje, pelo estado de Israel.

Por que essa escolha, essa predileção israelense por assassinar crianças?

A pista, talvez, esteja no histórico da tentativa do Estado de Israel impor seu colonialismo regional, que é seguidamente frustrado pela resiliência e pela inacreditável oposição que os palestinos conseguem manter; a fibra e a resistência de pobres agricultores, em sua extrema maioria, cercados por muros e acossados por um dos exércitos mais modernos e bem equipados do mundo para o qual não faltam drones e mísseis euro-estadunidenses lançados aos milhares, todos os dias, contra campos de concentração a céu aberto. É a versão moderna, às avessas, do mito histórico de Davi e Golias, hoje representado pela luta do Golias israelense contra o Davi palestino.

Se a resistência existe e continua existindo apesar da desproporção das forças, o que deve ter pensado os estrategistas militares israelenses? “Precisamos aniquilar a resistência futura”, deve ter dito o sanguinário Yoav Gallant para o carniceiro Benjamin Netanyahu.

Assassinar crianças palestinas hoje significa aniquilar a resistência futura, eliminando a possibilidade de criação de futuros opositores, de futuros militantes palestinos que continuariam a defender as terras de seus antepassados. Essa é a única explicação possível para os planos genocidas, de limpeza étnica sendo aplicado pelo Estado de Israel. É o holocausto do futuro palestino!

Obviamente o mundo todo sabe disso, mas é bom deixar isso bem claro e explicitado para que governos silentes frente a barbárie atual nos venham dizer, daqui a poucos anos, que não sabiam que esse era o plano do Estado de Israel, e também não venham nos dizer que, neste momento da história, o governo do Estado de Israel está sob o domínio de uma facção criminosa nazissionista comandada pelo criminoso, genocida, cruel e sanguinário Netanyahu.

Netanyahu chegou ao poder pelo voto popular dos israelenses e, apesar de ser um criminoso que quer se perpetuar no poder, ele é apenas a continuação piorada de todos os outros governos que o antecederam.

Palestinos nos escombros após ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Foto: Anas al-Shareef/Reuters

Como cidadão brasileiro, é desesperador ver o que está acontecendo com a população civil, confinada e desarmada, palestina; é doloroso e angustiante a nossa (pelo menos a minha) impotência frente à carnificina – gentilmente chamada de “desastre humanitário” pela mídia ocidental – sendo executada pelo Estado de Israel.

O governo brasileiro poderia diminuir, pelo menos um pouco, essa dor retirando de Israel o embaixador brasileiro. Não precisamos e não deveríamos ter um representante nosso junto ao governo da morte de Netanyahu.

O motivo, ou a desculpa diplomática a ser usada, é a retenção de brasileiros no território de Gaza, que apesar de todos os entendimentos com o governo do Egito para que eles saiam em segurança por seu território, foi negada pelo estado de Israel, que prefere mantê-los como seus reféns, num jogo de chantagem inaceitável.

Certamente, por ter a presidência interina do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil não pode romper relações diplomáticas com o Estado de Israel, mas tem o direito legítimo de retirar de Israel a representação diplomática brasileira, inclusive para evitar manter sob chantagem os interesses do povo brasileiro.

Retire nossa representação e a declare, numa fala dura, na sessão geral ONU para que todas as representações diplomática saibam que o Brasil não compactua com genocidas.

Não é possível, não é aceitável que, como Nação, continuaremos a ver crianças sendo explodidas sem nada fazermos. De nada adianta o empenho da diplomacia brasileira na busca de um cessar-fogo; de nada adiantará um cessar-fogo depois que não existirem mais crianças palestinas, depois que todas já tiverem sido chacinadas, depois que o holocausto do futuro tenha se consumado.

Se não podemos ter a coragem da Bolívia, que pelo menos tenhamos a decência do Chile e da Colômbia.

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